pt-br_blv/10-2SA.usfm

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Plaintext

\id 2SA
\ide UTF-8
\sts Bíblia Livre - Nestle 1904
\h 2 Samuel
\toc1 Segundo Livro de Samuel
\toc2 2 Samuel
\toc3 2sa
\mt1 Segundo Livro de Samuel
\s5
\c 1
\p
\v 1 E aconteceu depois da morte de Saul, que quando Davi voltou da derrota dos amalequitas, ficou dois dias em Ziclague;
\v 2 E ao terceiro dia aconteceu, que veio um do acampamento de Saul, rasgadas suas roupas, e terra sobre sua cabeça: e chegando a Davi, prostrou-se em terra, e fez reverência.
\s5
\v 3 E perguntou-lhe Davi: De onde vens? E ele respondeu: Eu me escapei do acampamento de Israel.
\v 4 E Davi lhe disse: Que aconteceu? Rogo-te que me digas. E ele respondeu: O povo fugiu da batalha, e também muitos do povo caíram e foram mortos: também Saul e Jônatas seu filho morreram.
\v 5 E disse Davi àquele rapaz que lhe dava as novas: Como sabes que Saul está morto, e Jônatas seu filho?
\s5
\v 6 E o rapaz que lhe dava as novas respondeu: Casualmente vim ao monte de Gilboa, e achei a Saul que estava recostado sobre sua lança, e vinham atrás dele carros e cavaleiros.
\v 7 E quando ele olhou atrás, viu-me e chamou-me; e eu disse: Eis-me aqui.
\s5
\v 8 E ele me disse: Quem és tu? E eu lhe respondi: Sou amalequita.
\v 9 E ele me voltou a dizer: Eu te rogo que te ponhas sobre mim, e me mates, porque me tomam angústias, e toda minha alma está ainda em mim.
\v 10 Eu então me pus sobre ele, e matei-o, porque sabia que não podia viver depois de sua queda: e tomei a coroa que tinha em sua cabeça, e o bracelete que trazia em seu braço, e trouxe-os aqui a meu senhor.
\s5
\v 11 Então Davi agarrando suas roupas, rompeu-os; e o mesmo fizeram os homens que estavam com ele.
\v 12 E choraram e lamentaram, e jejuaram até à tarde, por Saul e por Jônatas seu filho, e pelo povo do SENHOR, e pela casa de Israel: porque haviam caído à espada.
\v 13 E Davi disse a aquele rapaz que lhe havia trazido as novas: De onde és tu? E ele respondeu: Eu sou filho de um estrangeiro, amalequita.
\s5
\v 14 E disse-lhe Davi: Como não tiveste temor de estender tua mão para matar ao ungido do SENHOR?
\v 15 Então chamou Davi um dos rapazes, e disse-lhe: Chega, e mata-o. E ele o feriu, e morreu.
\v 16 E Davi lhe disse: Teu sangue seja sobre tua cabeça, pois que tua boca testemunhou contra ti, dizendo: Eu matei ao ungido do SENHOR.
\s5
\v 17 E lamentou Davi a Saul e a Jônatas seu filho com esta lamentação.
\v 18 (Disse também que ensinassem ao arco aos filhos de Judá. Eis que está escrito no livro do direito:)
\v 19 Pereceu a glória de Israel sobre tuas montanhas! Como caíram os valentes!
\v 20 Não o anuncieis em Gate, Não deis as novas nas praças de Asquelom; Para que não se alegrem as filhas dos filisteus, Para que não saltem de alegria as filhas dos incircuncisos.
\s5
\v 21 Montes de Gilboa, nem orvalho nem chuva caia sobre vós, nem sejais terras de ofertas; Porque ali foi rejeitado o escudo dos valentes, O escudo de Saul, como se não houvesse sido ungido com azeite.
\v 22 Do sangue de mortos, da gordura de valentes, o arco de Jônatas nunca retrocedeu, nem a espada de Saul voltou vazia.
\s5
\v 23 Saul e Jônatas, amados e queridos em sua vida, Em sua morte tampouco foram separados: Mais ligeiros que águas, Mais fortes que leões.
\v 24 Filhas de Israel, chorai sobre Saul, Que vos vestia de escarlata em regozijo, Que adornava vossas roupas com ornamentos de ouro.
\s5
\v 25 Como caíram os valentes em meio da batalha! Jônatas, morto em tuas alturas!
\v 26 Angústia tenho por ti, irmão meu Jônatas, Que me foste muito doce: Mais maravilhoso me foi o teu amor, Que o amor das mulheres.
\v 27 Como caíram os valentes, E pereceram as armas de guerra!
\s5
\c 2
\v 1 Depois disto aconteceu que Davi consultou ao SENHOR, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? E o SENHOR lhe respondeu: Sobe. E Davi voltou a dizer: Para onde subirei? E ele lhe disse: A Hebrom.
\v 2 E Davi subiu ali, e com ele suas duas mulheres, Ainoã jezreelita e Abigail, a que foi mulher de Nabal do Carmelo.
\v 3 E levou também Davi consigo os homens que com ele haviam estado, cada um com sua família; os quais moraram nas cidades de Hebrom.
\s5
\v 4 E vieram os homens de Judá, e ungiram ali a Davi por rei sobre a casa de Judá. E deram aviso a Davi, dizendo: Os de Jabes de Gileade são os que sepultaram a Saul.
\v 5 E Davi enviou mensageiros aos de Jabes de Gileade, dizendo-lhes: Benditos sejais vós do SENHOR, que fizestes esta misericórdia com vosso senhor Saul em haver-lhe dado sepultura.
\s5
\v 6 Agora, pois, o SENHOR faça convosco misericórdia e verdade; e eu também vos farei bem por isto que fizestes.
\v 7 Esforcem-se, pois agora vossas mãos, e sede valentes; pois que morto Saul vosso senhor, os da casa de Judá me ungiram por rei sobre eles.
\s5
\v 8 Mas Abner filho de Ner, general de exército de Saul, tomou a Is-Bosete filho de Saul, e o fez passar ao acampamento:
\v 9 E o constituiu rei sobre Gileade, Assuri, Jezreel, Efraim, Benjamim, e sobre todo Israel.
\s5
\v 10 De quarenta anos era Is-Bosete filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel; e reinou dois anos. Só a casa de Judá seguia a Davi.
\v 11 E foi o número dos dias que Davi reinou em Hebrom sobre a casa de Judá, sete anos e seis meses.
\s5
\v 12 E Abner filho de Ner saiu de Maanaim a Gibeão com os servos de Is-Bosete filho de Saul.
\v 13 E Joabe filho de Zeruia, e os servos de Davi, saíram e encontraram-nos junto ao tanque de Gibeão: e quando se juntaram, pararam-se os uns da uma parte do tanque, e os outros da outra.
\s5
\v 14 E disse Abner a Joabe: Levantem-se agora os rapazes, e lutem diante de nós. E Joabe respondeu: Levante-se.
\v 15 Então se levantaram, e em número de doze, passaram de Benjamim da parte de Is-Bosete filho de Saul; e doze dos servos de Davi.
\s5
\v 16 E cada um lançou mão da cabeça de seu companheiro, e meteu-lhe sua espada pelo lado, caindo assim de uma vez; pelo que foi chamado aquele lugar, Helcate-Hazurim, o qual está em Gibeão.
\v 17 E houve aquele dia uma batalha muito dura, e Abner e os homens de Israel foram vencidos pelos servos de Davi.
\s5
\v 18 E estavam ali os três filhos de Zeruia: Joabe, e Abisai, e Asael. Este Asael era veloz de pés como um corço do campo.
\v 19 O qual Asael seguiu a Abner, indo atrás dele sem desviar-se à direita nem à esquerda.
\s5
\v 20 E Abner olhou atrás, e disse: Não és tu Asael? E ele respondeu: Sim.
\v 21 Então Abner lhe disse: Aparta-te à direita ou à esquerda, e agarra-te algum dos rapazes, e toma para ti seus despojos. Porém Asael não quis desviar-se de detrás dele.
\s5
\v 22 E Abner voltou a dizer a Asael: Aparta-te de detrás de mim, porque te ferirei derrubando-te em terra, e depois como levantarei meu rosto a teu irmão Joabe?
\v 23 E não querendo ele ir-se, feriu-o Abner com a ponta da lança pela quinta costela, e saiu-lhe a lança pelas costas, e caiu ali, e morreu naquele mesmo lugar. E todos os que vinham por aquele lugar, de onde Asael havia caído e estava morto, paravam.
\s5
\v 24 Mas Joabe e Abisai seguiram a Abner; e o sol se pôs quando chegaram ao morro de Amá, que está diante de Gia, junto ao caminho do deserto de Gibeão.
\v 25 E juntaram-se os filhos de Benjamim em um esquadrão com Abner, e pararam-se no cume do morro.
\s5
\v 26 E Abner deu vozes a Joabe, dizendo: Consumirá a espada perpetuamente? Não sabes tu que ao fim se segue amargura? Até quando não dirás ao povo que deixem de perseguir a seus irmãos?
\v 27 E Joabe respondeu: Vive Deus que se não houvesses falado, já desde esta manhã o povo haveria deixado de perseguir a seus irmãos.
\s5
\v 28 Então Joabe tocou o chifre, e todo aquele povo se deteve, e não seguiu mais aos de Israel, nem lutou mais.
\v 29 E Abner e os seus caminharam pela campina toda aquela noite, e passando o Jordão cruzaram por todo Bitrom, e chegaram a Maanaim.
\s5
\v 30 Joabe também deixou de perseguir a Abner, e juntando todo aquele povo, faltaram dos servos de Davi dezenove homens, e Asael.
\v 31 Mas os servos de Davi feriram dos de Benjamim e dos de Abner, trezentos e sessenta homens, que morreram. Tomaram logo a Asael, e sepultaram-no no sepulcro de seu pai em Belém.
\v 32 E caminharam toda aquela noite Joabe e os seus, e amanheceu-lhes em Hebrom.
\s5
\c 3
\v 1 E houve longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; mas Davi se ia fortificando, e a casa de Saul ia diminuindo.
\s5
\v 2 E nasceram filhos a Davi em Hebrom: seu primogênito foi Amom, de Ainoã jezreelita;
\v 3 Seu segundo Quileabe, de Abigail a mulher de Nabal, o do Carmelo; o terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai rei de Gesur:
\s5
\v 4 O quarto, Adonias filho de Hagite; o quinto, Sefatias filho de Abital;
\v 5 O sexto, Itreão, de Eglá mulher de Davi. Estes nasceram a Davi em Hebrom.
\s5
\v 6 E quando havia guerra entre a casa de Saul e a de Davi, aconteceu que Abner se esforçava pela casa de Saul.
\v 7 E havia Saul tido uma concubina que se chamava Rispa, filha de Aiá. E disse Is-Bosete a Abner: Por que te deitaste com a concubina de meu pai?
\s5
\v 8 E irou-se Abner em grande maneira pelas palavras de Is-Bosete, e disse: Sou eu uma cabeça de cão pertencente a Judá? Eu fiz hoje misericórdia com a casa de Saul teu pai, com seus irmãos, e com seus amigos, e não te entreguei nas mãos de Davi; e tu me acusas de ter pecado acerca desta mulher?
\s5
\v 9 Assim faça Deus a Abner e assim lhe acrescente, se como o SENHOR jurou a Davi eu não fizer assim com ele,
\v 10 Transferindo o reino da casa de Saul, e confirmando o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba.
\v 11 E ele não pode responder palavra a Abner, porque lhe temia.
\s5
\v 12 E enviou Abner mensageiros a Davi de sua parte, dizendo: De quem é a terra? E que lhe dissessem: Faze aliança comigo, e eis que minha mão será contigo para virar a ti a todo Israel.
\v 13 E Davi disse: Bem; eu farei contigo aliança: mas uma coisa te peço, e é, que não me venhas a ver sem que primeiro tragas a Mical a filha de Saul, quando vieres a ver-me.
\s5
\v 14 Depois disto enviou Davi mensageiros a Is-Bosete filho de Saul, dizendo: Restitui-me a minha mulher Mical, a qual eu desposei comigo por cem prepúcios de filisteus.
\v 15 Então Is-Bosete enviou, e tirou-a de seu marido Paltiel, filho de Laís.
\v 16 E seu marido foi com ela, seguindo-a e chorando até Baurim. E disse-lhe Abner: Anda, volta-te. Então ele se voltou.
\s5
\v 17 E falou Abner com os anciãos de Israel, dizendo: Ontem e antes procuráveis que Davi fosse rei sobre vós;
\v 18 Agora, pois, fazei-o; porque o SENHOR falou a Davi, dizendo: Pela mão de meu servo Davi livrarei a meu povo Israel da mão dos filisteus, e da mão de todos os seus inimigos.
\s5
\v 19 E falou também Abner aos de Benjamim: e foi também Abner a Hebrom a dizer a Davi todo aquele parecer dos de Israel e de toda a casa de Benjamim.
\v 20 Veio, pois, Abner a Davi em Hebrom, e com ele vinte homens: e Davi fez banquete a Abner e aos que com ele haviam vindo.
\s5
\v 21 E disse Abner a Davi: Eu me levantarei e irei, e juntarei a meu senhor o rei a todo Israel, para que façam contigo aliança, e tu reines como desejas. Davi despediu logo a Abner, e ele se foi em paz.
\s5
\v 22 E eis que os servos de Davi e Joabe, que vinham do acampamento, e traziam consigo grande presa. Mas Abner não estava com Davi em Hebrom, que já o havia ele despedido, e ele se havia ido em paz.
\v 23 E logo que chegou Joabe e todo aquele exército que com ele estava, foi dado aviso a Joabe, dizendo: Abner filho de Ner veio ao rei, e ele lhe despediu, e se foi em paz.
\s5
\v 24 Então Joabe veio ao rei, e disse-lhe: Que fizeste? Eis que Abner veio a ti; por que pois o deixaste que se fosse?
\v 25 Sabes tu que Abner filho de Ner veio para enganar-te, e para saber tua saída e tua entrada, e por entender tudo o que tu fazes?
\v 26 E saindo Joabe da presença de Davi, enviou mensageiros atrás de Abner, os quais o fizeram voltar desde o poço de Sirá, sem que Davi soubesse.
\s5
\v 27 E quando Abner voltou a Hebrom, apartou-o Joabe ao meio da porta, falando com ele brandamente, e ali lhe feriu pela quinta costela, por causa da morte de Asael seu irmão, e morreu.
\s5
\v 28 Quando Davi soube depois isto, disse: Limpo estou eu e meu reino, pelo SENHOR, para sempre, do sangue de Abner filho de Ner.
\v 29 Caia sobre a cabeça de Joabe, e sobre toda a casa de seu pai; que nunca falte da casa de Joabe quem padeça fluxo, nem leproso, nem quem ande com cajado, nem quem morra à espada, nem quem tenha falta de pão.
\v 30 Então Joabe e Abisai seu irmão mataram a Abner, porque ele havia matado a Asael, irmão deles na batalha de Gibeão.
\s5
\v 31 Então disse Davi a Joabe, e a todo aquele povo que com ele estava: Rompei vossas roupas, e cingi-vos de sacos, e fazei luto por causa de Abner. E o rei ia detrás do féretro.
\v 32 E sepultaram a Abner em Hebrom: e levantando o rei sua voz, chorou junto ao sepulcro de Abner; e chorou também todo aquele povo.
\s5
\v 33 E lamentando o rei pelo mesmo Abner, dizia: Morreu Abner como morre um tolo?
\v 34 Tuas mãos não estavam atadas, nem teus pés ligados com grilhões; caíste como os que caem diante de homens maus. E todo aquele povo voltou a chorar por causa dele.
\s5
\v 35 E quando todo aquele povo veio a dar de comer pão a Davi sendo ainda de dia, Davi jurou, dizendo: Assim me faça Deus e assim me acrescente, se antes que se ponha o sol provar eu pão, ou outra qualquer coisa.
\v 36 Soube-o assim todo aquele povo, e pareceu bem em seus olhos; porque tudo o que o rei fazia parecia bem em olhos de todo aquele povo.
\s5
\v 37 E todo aquele povo e todo Israel entenderam aquele dia, que não havia vindo do rei que Abner filho de Ner morresse.
\v 38 E o rei disse a seus servos: Não sabeis que caiu hoje em Israel um príncipe, e grande?
\v 39 Que eu agora ainda sou tenro rei ungido; e estes homens, os filhos de Zeruia, muito duros me são: o SENHOR dê o pago ao que mal faz, conforme sua malícia.
\s5
\c 4
\v 1 Logo que ouviu o filho de Saul que Abner havia sido morto em Hebrom, as mãos se lhe desconjuntaram, e foi atemorizado todo Israel.
\v 2 E tinha o filho de Saul dois homens, os quais eram capitães de tropa, o nome de um era Baaná, e o do outro Recabe, filhos de Rimom beerotita, dos filhos de Benjamim: (porque Beerote era contada com Benjamim;
\v 3 Estes beerotitas se haviam fugido a Gitaim, e haviam sido peregrinos ali até então.)
\s5
\v 4 E Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés de idade de cinco anos: que quando a notícia da morte de Saul e de Jônatas veio de Jezreel, tomou-lhe sua ama e fugiu; e quando ia fugindo com pressa, caiu o menino e ficou coxo. Seu nome era Mefibosete.
\s5
\v 5 Os filhos, pois, de Rimom beerotita, Recabe e Baaná, foram e entraram no maior calor do dia em casa de Is-Bosete, o qual estava dormindo em sua câmara a sesta.
\v 6 Então entraram eles em meio da casa em roupa de mercadores de grão, e lhe feriram na quinta costela. Escaparam-se logo Recabe e Baaná seu irmão;
\v 7 Pois quando entraram na casa, estando ele em sua cama em sua câmara de dormir, o feriram e mataram, e cortaram-lhe a cabeça, e havendo a tomado, caminharam toda a noite pelo caminho da campina.
\s5
\v 8 E trouxeram a cabeça de Is-Bosete a Davi em Hebrom, e disseram ao rei: Eis aqui a cabeça de Is-Bosete filho de Saul teu inimigo, que procurava matar-te; e o SENHOR vingou hoje a meu senhor o rei, de Saul e de sua semente.
\v 9 E Davi respondeu a Recabe e a seu irmão Baaná, filhos de Rimom beerotita, e disse-lhes: Vive o SENHOR que redimiu minha alma de toda angústia,
\v 10 Que quando um me deu novas, dizendo: Eis que Saul é morto imaginando-se que trazia boas novas, eu o prendi, e lhe matei em Ziclague em pago da nova.
\s5
\v 11 Quanto mais aos homens maus que mataram a um homem justo em sua casa, e sobre sua cama? Agora, pois, não tenho eu de demandar seu sangue de vossas mãos, e tirar-vos da terra?
\v 12 Então Davi mandou aos rapazes, e eles os mataram, e cortaram-lhes as mãos e os pés, e penduraram-nos sobre o tanque, em Hebrom. Logo tomaram a cabeça de Is-Bosete, e enterraram-na no sepulcro de Abner em Hebrom.
\s5
\c 5
\v 1 E vieram todas as tribos de Israel a Davi em Hebrom, e falaram, dizendo: Eis que nós somos teus ossos e tu carne.
\v 2 E ainda ontem e antes, quando Saul reinava sobre nós, tu tiravas e voltavas a Israel. Além disso, o SENHOR te disse: Tu apascentarás a meu povo Israel, e tu serás sobre Israel príncipe.
\s5
\v 3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ao rei em Hebrom, e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom diante do SENHOR; e ungiram a Davi por rei sobre Israel.
\v 4 Era Davi de trinta anos quando começou a reinar, e reinou quarenta anos.
\v 5 Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses: e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo Israel e Judá.
\s5
\v 6 Então o rei e os seus foram a Jerusalém aos jebuseus que habitavam na terra; os qual falaram a Davi, dizendo: Tu não entrarás aqui, a não ser que consigas expulsar aos cegos e aos coxos; e pensavam: Davi não entrará aqui.
\v 7 Porém Davi tomou a fortaleza de Sião, a qual é a cidade de Davi.
\s5
\v 8 E disse Davi aquele dia: Quem chegará até os canais, e ferirá ao jebuseu, e aos coxos e cegos, aos quais a alma de Davi aborrece? Por isto se disse: Cego nem coxo não entrará em casa.
\v 9 E Davi morou na fortaleza e pôs-lhe por nome a Cidade de Davi: e edificou ao redor, desde Milo para dentro.
\v 10 E Davi ia crescendo e aumentando-se, e o SENHOR Deus dos exércitos era com ele.
\s5
\v 11 E Hirão rei de Tiro enviou também embaixadores a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros para os muros, os quais edificaram a casa de Davi.
\v 12 E entendeu Davi que o SENHOR lhe havia confirmado por rei sobre Israel, e que havia exaltado seu reino por causa de seu povo Israel.
\s5
\v 13 E tomou Davi mais concubinas e mulheres de Jerusalém depois que veio de Hebrom, e nasceram-lhe mais filhos e filhas.
\v 14 Estes são os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, e Sobabe, e Natã, e Salomão,
\v 15 E Ibar, e Elisua, e Nefegue,
\v 16 E Jafia, e Elisama, e Eliada, e Elifelete.
\s5
\v 17 E ouvindo os filisteus que haviam ungido a Davi por rei sobre Israel, todos os filisteus subiram a buscar a Davi: o qual quando Davi ouviu, veio à fortaleza.
\v 18 E vieram os filisteus, e estenderam-se pelo vale de Refaim.
\s5
\v 19 Então consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Irei contra os filisteus? os entregarás em minhas mãos? E o SENHOR respondeu a Davi: Vai, porque certamente entregarei os filisteus em tuas mãos.
\v 20 E veio Davi a Baal-Perazim, e ali os venceu Davi, e disse: O SENHOR rompeu meus inimigos diante de mim, como o romper das águas. E por isto chamou o nome daquele lugar Baal-Perazim.
\v 21 E deixaram ali seus ídolos, os quais queimou Davi e os seus.
\s5
\v 22 E os filisteus voltaram a vir, e estenderam-se no vale de Refaim.
\v 23 E consultando Davi ao SENHOR, ele lhe respondeu: Não subas; mas rodeia-os, e virás a eles por diante das amoreiras:
\s5
\v 24 E quando ouvires um estrondo que irá pelas copas das amoreiras, então te moverás; porque o SENHOR sairá diante de ti a ferir o acampamento dos filisteus.
\v 25 E Davi o fez assim como o SENHOR havia lhe mandado; e feriu aos filisteus desde Gibeá até chegar a Gaza.
\s5
\c 6
\v 1 E Davi voltou a juntar todos os escolhidos de Israel, trinta mil.
\v 2 E levantou-se Davi, e foi com todo o povo que tinha consigo, de Baal de Judá, para fazer passar dali a arca de Deus, sobre a qual era invocado o nome do SENHOR dos exércitos, que mora nela entre os querubins.
\s5
\v 3 E puseram a arca de Deus sobre um carro novo, e levaram-na da casa de Abinadabe, que estava em Gibeá: e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo.
\v 4 E quando o levavam da casa de Abinadabe que estava em Gibeá, com a arca de Deus, Aiô ia diante da arca.
\v 5 E Davi e toda a casa de Israel dançavam diante do SENHOR com toda sorte de instrumentos de madeira de faia; com harpas, saltérios, adufes, flautas e címbalos.
\s5
\v 6 E quando chegaram à eira de Nacom, Uzá estendeu a mão à arca de Deus, e segurou-a; porque os bois a sacudiam.
\v 7 E o furor do SENHOR se acendeu contra Uzá, e feriu-o ali Deus por aquela imprudência, e caiu ali morto junto à arca de Deus.
\s5
\v 8 E entristeceu-se Davi por o SENHOR ter ferido a Uzá: e foi chamado aquele lugar Perez-Uzá, até hoje.
\v 9 E temendo Davi ao SENHOR aquele dia, disse: Como há de vir a mim a arca do SENHOR?
\s5
\v 10 Não quis, pois, Davi trazer a si a arca do SENHOR à cidade de Davi; mas levou-a Davi à casa de Obede-Edom geteu.
\v 11 E a arca do SENHOR esteve na casa de Obede-Edom geteu três meses: e abençoou o SENHOR a Obede-Edom e a toda sua casa.
\s5
\v 12 E foi dado aviso ao rei Davi, dizendo: o SENHOR abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que tem, por causa da arca de Deus. Então Davi foi, e trouxe a arca de Deus de casa de Obede-Edom à cidade de Davi com alegria.
\v 13 E quando os que levavam a arca de Deus haviam andado seis desfiladeiros, sacrificavam um boi e um carneiro gordo.
\s5
\v 14 E Davi saltava com toda sua força diante do SENHOR; e tinha vestido Davi um éfode de linho.
\v 15 Assim Davi e toda a casa de Israel levavam a arca do SENHOR com júbilo e som de trombeta.
\s5
\v 16 E quando a arca do SENHOR chegou à cidade de Davi, aconteceu que Mical filha de Saul olhou desde uma janela, e viu ao rei Davi que saltava com toda sua força diante do SENHOR: e menosprezou-lhe em seu coração.
\v 17 Meteram, pois, a arca do SENHOR, e puseram-na em seu lugar em meio de uma tenda que Davi lhe havia estendido: e sacrificou Davi holocaustos e pacíficos diante do SENHOR.
\s5
\v 18 E quando Davi acabou de oferecer os holocaustos e pacíficos, abençoou ao povo no nome do SENHOR dos exércitos.
\v 19 E repartiu a todo aquele povo, e a toda a multidão de Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um uma torta de pão, e um pedaço de carne, e um frasco de vinho. E foi-se todo aquele povo, cada um à sua casa.
\s5
\v 20 Voltou logo Davi para abençoar sua casa: e saindo Mical a receber a Davi, disse: Quão honrado foi hoje o rei de Israel, desnudando-se hoje diante das criadas de seus servos, como se desnudasse um vulgar!
\s5
\v 21 Então Davi respondeu a Mical: Diante do SENHOR, que me preferiu a teu pai e a toda sua casa, mandando-me que fosse príncipe sobre o povo do SENHOR, sobre Israel, dançarei diante do SENHOR.
\v 22 E ainda me farei mais vil que esta vez, e serei baixo em meus próprios olhos; e diante das criadas que disseste, diante delas serei honrado.
\v 23 E Mical filha de Saul nunca teve filhos até o dia de sua morte.
\s5
\c 7
\v 1 E aconteceu que, estando já o rei assentado em sua casa, depois que o SENHOR lhe havia dado repouso de todos os seus inimigos em derredor,
\v 2 Disse o rei ao profeta Natã: Olha agora, eu moro em edifícios de cedro, e a arca de Deus está entre cortinas.
\s5
\v 3 E Natã disse ao rei: Anda, e faze tudo o que está em teu coração, que o SENHOR é contigo.
\v 4 E aconteceu aquela noite, que veio a palavra do SENHOR a Natã, dizendo:
\v 5 Vai e dize a meu servo Davi: Assim disse o SENHOR: Tu me edificarás casa em que eu more?
\s5
\v 6 Certamente não habitei em casas desde o dia que tirei aos filhos de Israel do Egito até hoje, mas sim que andei em tenda e em tabernáculo.
\v 7 E em tudo quanto andei com todos os filhos de Israel, falei palavra em alguma das tribos de Israel, a quem tenha mandado que apascente meu povo de Israel, para dizer: Por que não me edificastes casa de cedros?
\s5
\v 8 Agora, pois, dirás assim a meu servo Davi: Assim disse o SENHOR dos exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre meu povo, sobre Israel;
\v 9 E fui contigo em tudo quanto andaste, e diante de ti exterminei todos teus inimigos, e te fiz nome grande, como o nome dos grandes que são na terra.
\s5
\v 10 Além disso, eu fixarei lugar a meu povo Israel; eu o plantarei, para que habite em seu lugar, e nunca mais seja removido, nem os iníquos lhe aflijam mais, como antes,
\v 11 Desde o dia que pus juízes sobre meu povo Israel; e eu te darei descanso de todos teus inimigos. Também o SENHOR te faz saber, que ele te quer fazer casa.
\s5
\v 12 E quando teus dias forem cumpridos, e descansares com teus pais, eu establecerei tua semente depois de ti, a qual procederá de tuas entranhas, e assegurarei seu reino.
\v 13 Ele edificará casa a meu nome, e eu afirmarei para sempre o trono de seu reino.
\v 14 Eu serei a ele pai, e ele me será filho. E se ele fizer mal, eu lhe castigarei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens;
\s5
\v 15 Porém não removerei minha misericórdia dele, como a removi de Saul, ao qual tirei de diante de ti.
\v 16 E será firmada tua casa e teu reino para sempre diante de teu rosto; e teu trono será estável eternamente.
\v 17 Conforme todas estas palavras, e conforme toda esta visão, assim falou Natã a Davi.
\s5
\v 18 E entrou o rei Davi, e pôs-se diante do SENHOR, e disse: Senhor DEUS, Quem sou eu, e que é minha casa, para que tu me tragas até aqui?
\v 19 E ainda te pareceu pouco isto, Senhor DEUS, pois que também falaste da casa de teu servo no porvir. É esse o modo de agir do homem, Senhor DEUS?
\v 20 E que mais pode acrescentar Davi falando contigo? Tu, pois, conheces teu servo, Senhor DEUS.
\s5
\v 21 Todas estas grandezas operaste por tua palavra e conforme teu coração, fazendo-as saber a teu servo.
\v 22 Portanto tu te engrandeceste, SENHOR Deus: porquanto não há como tu, nem há Deus além de ti, conforme tudo o que ouvimos com nossos ouvidos.
\v 23 E quem como teu povo, como Israel, na terra? Uma gente por causa da qual Deus fosse a resgatá-la por povo, e lhe pusesse nome, e fizesse por vós, ó Israel, grandes e espantosas obras em tua terra, por causa de teu povo, ó Deus, que tu resgataste do Egito, das nações e de seus deuses?
\s5
\v 24 Porque tu confirmaste a ti teu povo Israel por povo teu para sempre: e tu, ó SENHOR, foste a eles por Deus.
\v 25 Agora, pois, SENHOR Deus, a palavra que falaste sobre teu servo e sobre sua casa, desperta-a para sempre, e faze conforme o que disseste.
\v 26 Que seja engrandecido teu nome para sempre, e diga-se: o SENHOR dos exércitos é Deus sobre Israel; e que a casa de teu servo Davi seja firme diante de ti.
\s5
\v 27 Porque tu, SENHOR dos exércitos, Deus de Israel, revelaste ao ouvido de teu servo, dizendo: Eu te edificarei casa. Por isto teu servo achou em seu coração para fazer diante de ti esta súplica.
\v 28 Agora, pois, SENHOR Deus, tu és Deus, e tuas palavras serão firmes, já que disseste a teu servo este bem.
\v 29 Agrada-te, pois, de abençoar a casa de teu servo, para que perpetuamente permaneça diante de ti: pois que tu, SENHOR Deus, o disseste, e com tua bênção será bendita a casa de teu servo para sempre.
\s5
\c 8
\v 1 Depois disto aconteceu, que Davi feriu aos filisteus, e os humilhou: e tomou Davi a Metegue-Ama da mão dos filisteus.
\s5
\v 2 Feriu também aos de Moabe, e mediu-os com cordel, fazendo-os lançar por terra; e mediu com dois cordéis para morte, e um cordel inteiro para vida; e foram os moabitas servos debaixo de tributo.
\s5
\v 3 Também feriu Davi a Hadadezer filho de Reobe, rei de Zobá, indo ele a estender seu termo até o rio de Eufrates.
\v 4 E tomou Davi deles mil e setecentos cavaleiros, e vinte mil homens a pé; e aleijou Davi os cavalos de todos os carros, exceto cem carros deles que deixou.
\s5
\v 5 E vieram os sírios de Damasco a dar ajuda a Hadadezer rei de Zobá; e Davi feriu dos sírios vinte e dois mil homens.
\v 6 Pôs logo Davi guarnição em Síria a de Damasco, e foram os sírios servos de Davi sujeitos a tributo. E o SENHOR guardou a Davi de onde quer que fosse.
\s5
\v 7 E tomou Davi os escudos de ouro que traziam os servos de Hadadezer, e levou-os a Jerusalém.
\v 8 Também de Betá e de Beerote, cidades de Hadadezer, tomou o rei Davi grande quantidade de bronze.
\s5
\v 9 Então ouvindo Toí, rei de Hamate, que Davi havia ferido todo aquele exército de Hadadezer,
\v 10 Enviou Toí a Jorão seu filho ao rei Davi, a saudar-lhe pacificamente e a bendizer-lhe, porque havia lutado com Hadadezer e o havia vencido: porque Toí era inimigo de Hadadezer. E Jorão levava em sua mão vasos de prata, e vasos de ouro, e de bronze;
\s5
\v 11 Os quais o rei Davi dedicou ao SENHOR, com a prata e o ouro que tinha dedicado de todas as nações que havia submetido:
\v 12 Dos sírios, dos moabitas, dos amonitas, dos filisteus, dos amalequitas, e do despojo de Hadadezer filho de Reobe, rei de Zobá.
\s5
\v 13 E ganhou Davi fama quando, voltando da derrota dos sírios, feriu dezoito mil homens no vale do sal.
\v 14 E pôs guarnição em Edom, por toda Edom pôs guarnição; e todos os edomitas foram servos de Davi. E o SENHOR guardou a Davi por de onde quer que fosse.
\s5
\v 15 E reinou Davi sobre todo Israel; e fazia Davi direito e justiça a todo seu povo.
\v 16 E Joabe filho de Zeruia era general de seu exército; e Josafá filho de Ailude, chanceler;
\v 17 E Zadoque filho de Aitube, e Aimeleque filho de Abiatar, eram sacerdotes; e Seraías era escriba;
\v 18 E Benaia filho de Joiada, era sobre os quereteus e peleteus; e os filhos de Davi eram os príncipes.
\s5
\c 9
\v 1 E disse Davi: Restou algum da casa de Saul, a quem faça eu misericórdia por causa de Jônatas?
\v 2 E havia um servo da casa de Saul, que se chamava Ziba, ao qual quando chamaram que viesse a Davi, o rei lhe disse: És tu Ziba? E ele respondeu: Teu servo.
\s5
\v 3 E o rei disse: Não restou ninguém da casa de Saul, a quem faça eu misericórdia de Deus? E Ziba respondeu ao rei: Ainda restou um filho de Jônatas, aleijado dos pés.
\v 4 Então o rei lhe disse: E esse onde está? E Ziba respondeu ao rei: Eis que, está em casa de Maquir filho de Amiel, em Lo-Debar.
\s5
\v 5 E enviou o rei Davi, e tomou-o de casa de Maquir filho de Amiel, de Lo-Debar.
\v 6 E vindo Mefibosete, filho de Jônatas filho de Saul, a Davi, prostrou-se sobre seu rosto, e fez reverência. E disse Davi: Mefibosete. E ele respondeu: Eis aqui teu servo.
\s5
\v 7 E disse-lhe Davi: Não tenhas temor, porque eu à verdade farei contigo misericórdia por causa de Jônatas teu pai, e te devolverei todas as terras de Saul teu pai; e tu comerás sempre pão à minha mesa.
\v 8 E ele inclinando-se, disse: Quem é teu servo, para que olhes a um cão morto como eu?
\s5
\v 9 Então o rei chamou a Ziba, servo de Saul, e disse-lhe: Tudo o que foi de Saul e de toda sua casa, eu o dei ao filho de teu senhor.
\v 10 Tu pois lhe lavrarás as terras, tu com teus filhos, e teus servos, e colherás os frutos, para que o filho de teu senhor tenha com que se manter; mas Mefibosete, o filho de teu senhor comerá sempre pão à minha mesa. E Ziba tinha quinze filhos e vinte servos.
\s5
\v 11 E respondeu Ziba ao rei: Conforme tudo o que mandou meu senhor o rei a seu servo, assim teu servo o fará. Mefibosete, disse o rei, comerá à minha mesa, como um dos filhos do rei.
\v 12 E tinha Mefibosete um filho pequeno, que se chamava Mica. E toda a família da casa de Ziba eram servos de Mefibosete.
\v 13 E morava Mefibosete em Jerusalém, porque comia sempre à mesa do rei; e era coxo de ambos os pés.
\s5
\c 10
\v 1 Depois disto aconteceu, que morreu o rei dos filhos de Amom: e reinou em lugar seu Hanum seu filho.
\v 2 E disse Davi: Eu farei misericórdia com Hanum filho de Naás, como seu pai a fez comigo. E enviou Davi seus servos a consolá-lo por seu pai. Mas chegados os servos de Davi à terra dos filhos de Amom,
\v 3 Os príncipes dos filhos de Amom disseram a Hanum seu senhor: Parece-te que para Davi honrar a teu pai te enviou consoladores? Não enviou Davi seus servos a ti por reconhecer e inspecionar a cidade, para destruí-la?
\s5
\v 4 Então Hanum tomou os servos de Davi, e rapou-lhes a metade da barba, e cortou-lhes as roupas pela metade até as nádegas, e despachou-os.
\v 5 O qual quando foi feito saber a Davi, enviou a encontrar-lhes, porque eles estavam em extremo envergonhados; e o rei fez dizer lhes: Ficai-vos em Jericó até que vos volte a nascer a barba, e então regressareis.
\s5
\v 6 E vendo os filhos de Amom que se fizeram odiosos a Davi, enviaram os filhos de Amom e alugaram aos sírios da casa de Reobe, e aos sírios de Zobá, vinte mil homens a pé: e do rei de Maaca mil homens, e de Tobe doze mil homens.
\v 7 O qual quando ouviu Davi, enviou a Joabe com todo o exército dos valentes.
\v 8 E saindo os filhos de Amom, ordenaram seus esquadrões à entrada da porta: mas os sírios de Zobá, e de Reobe, e de Tobe, e de Maaca, estavam à parte no campo.
\s5
\v 9 Vendo, pois, Joabe que havia esquadrões diante e detrás dele, escolheu de todos os escolhidos de Israel, e pôs-se em ordem contra os sírios.
\v 10 Entregou logo o que restou do povo em mão de Abisai seu irmão, e o pôs em ordem para encontrar aos amonitas.
\s5
\v 11 E disse: Se os sírios me forem superiores, tu me ajudarás; e se os filhos de Amom puderem mais que tu, eu te darei ajuda.
\v 12 Esforça-te, e esforcemo-nos por nosso povo, e pelas cidades de nosso Deus: e faça o SENHOR o que bem lhe parecer.
\s5
\v 13 E aproximou-se Joabe, e o povo que com ele estava, para lutar com os sírios; mas eles fugiram diante dele.
\v 14 Então os filhos de Amom, vendo que os sírios haviam fugido, fugiram também eles diante de Abisai, e entraram-se na cidade. E voltou Joabe dos filhos de Amom, e veio a Jerusalém.
\s5
\v 15 Mas vendo os sírios que haviam caído diante de Israel, voltaram a se juntar.
\v 16 E enviou Hadadezer, e tirou os sírios que estavam da outra parte do rio, os quais vieram a Helã, levando por chefe a Sobaque general do exército de Hadadezer.
\s5
\v 17 E quando foi dado aviso a Davi, juntou a todo Israel, e passando o Jordão veio a Helã: e os sírios se puseram em ordem contra Davi, e lutaram com ele.
\v 18 Mas os sírios fugiram diante de Israel: e feriu Davi dos sírios a gente de setecentos carros, e quarenta mil cavaleiros: feriu também a Sobaque general do exército, e morreu ali.
\v 19 Vendo, pois todos os reis que assistiam a Hadadezer, como haviam eles sido derrotados diante de Israel, fizeram paz com Israel, e serviram-no; e dali adiante temeram os sírios de socorrer aos filhos de Amom.
\s5
\c 11
\v 1 E aconteceu à volta de um ano, no tempo que saem os reis à guerra, que Davi enviou a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo Israel; e destruíram aos amonitas, e puseram cerco a Rabá: mas Davi se ficou em Jerusalém.
\s5
\v 2 E aconteceu que levantando-se Davi de sua cama à hora da tarde, passeava-se pelo terraço da casa real, quando viu desde o terraço uma mulher que se estava lavando, a qual era muito bela.
\v 3 E enviou Davi a preguntar por aquela mulher, e disseram-lhe: Aquela é Bate-Seba filha de Eliã, mulher de Urias Heteu.
\s5
\v 4 E Davi enviou mensageiros, e tomou-a: e assim que entrou a ele, ele dormiu com ela. Purificou-se logo ela de sua imundícia, e se voltou à sua casa.
\v 5 E concebeu a mulher, e enviou-o a fazer saber a Davi, dizendo: Eu estou grávida.
\s5
\v 6 Então Davi enviou a dizer a Joabe: Envia-me a Urias Heteu. E enviou-o Joabe a Davi.
\v 7 E quando Urias veio a ele, perguntou-lhe Davi pela saúde de Joabe, e pela saúde do povo, e também da guerra.
\v 8 Depois disse Davi a Urias: Desce à tua casa, e lava teus pés. E saindo Urias de casa do rei, veio atrás dele um presente real.
\s5
\v 9 Mas Urias dormiu à porta da casa do rei com todos os servos de seu senhor, e não desceu à sua casa.
\v 10 E fizeram saber isto a Davi, dizendo: Urias não desceu à sua casa. E disse Davi a Urias: Não vieste de caminho? Por que, pois, não desceste à tua casa?
\v 11 E Urias respondeu a Davi: A arca, e Israel e Judá, estão debaixo de tendas; e meu senhor Joabe, e os servos de meu senhor sobre a face do campo: e havia eu de entrar em minha casa para comer e beber, e a dormir com minha mulher? Por vida tua, e pela vida de tua alma, que eu não farei tal coisa.
\s5
\v 12 E Davi disse a Urias: Fica-te aqui ainda hoje, e amanhã te despedirei. E ficou Urias em Jerusalém aquele dia e o seguinte.
\v 13 E Davi o convidou, e fez-lhe comer e beber diante de si, até embriagá-lo. E ele saiu à tarde para dormir em sua cama com os servos de seu senhor; mas não desceu à sua casa.
\s5
\v 14 Vinda a manhã, escreveu Davi a Joabe uma carta, a qual enviou por mão de Urias.
\v 15 E escreveu na carta, dizendo: Ponde a Urias diante da força da batalha, e desamparai-o, para que seja ferido e morra.
\s5
\v 16 Assim foi que quando Joabe cercou a cidade, pôs a Urias no lugar de onde sabia que estavam os homens mais valentes.
\v 17 E saindo logo os da cidade, lutaram com Joabe, e caíram alguns do povo dos servos de Davi; e morreu também Urias Heteu.
\s5
\v 18 Então enviou Joabe, e fez saber a Davi todos os negócios da guerra.
\v 19 E mandou ao mensageiro, dizendo: Quando acabares de contar ao rei todos os negócios da guerra,
\v 20 Se o rei começar a irar-se, e te disser: Por que vos aproximastes à cidade lutando? Não sabíeis que eles costumam atirar do muro?
\s5
\v 21 Quem feriu a Abimeleque filho de Jerubusete? Não lançou uma mulher do muro um pedaço de uma roda de moinho, e morreu em Tebes? Por que vos aproximastes ao muro? Então tu lhe dirás: Também teu servo Urias Heteu é morto.
\s5
\v 22 E foi o mensageiro, e chegando, contou a Davi todas as coisas a que Joabe lhe havia enviado.
\v 23 E disse o mensageiro a Davi: Prevaleceram contra nós os homens, que saíram a nós ao campo, bem que nós lhes fizemos retroceder até a entrada da porta;
\s5
\v 24 Porém os flecheiros atiraram contra teus servos desde o muro, e morreram alguns dos servos do rei; e morreu também teu servo Urias Heteu.
\v 25 E Davi disse ao mensageiro: Dirás assim a Joabe: Não tenhas pesar disto, que de igual e semelhante maneira costuma consumir a espada: esforça a batalha contra a cidade, até que a rendas. E tu conforta-o.
\s5
\v 26 E ouvindo a mulher de Urias que seu marido Urias era morto, fez luto por seu marido.
\v 27 E passado o luto, enviou Davi e recolheu-a à sua casa: e foi ela sua mulher, e deu-lhe à luz um filho. Mas isto que Davi havia feito, foi desagradável aos olhos do SENHOR.
\s5
\c 12
\v 1 E o SENHOR enviou Natã a Davi, o qual vindo a ele, disse-lhe: Havia dois homens em uma cidade, um rico, e o outro pobre.
\v 2 O rico tinha numerosas ovelhas e vacas:
\v 3 Mas o pobre não tinha mais que uma só cordeira, que ele havia comprado e criado, e que havia crescido com ele e com seus filhos juntamente, comendo de seu bocado, e bebendo de seu vaso, e dormindo em seu fundo: e tinha-a como de uma vez filha.
\s5
\v 4 E veio um de caminho ao homem rico; e ele não quis tomar de suas ovelhas e de suas vacas, para guisar ao caminhante que lhe havia vindo, mas sim que tomou a ovelha daquele homem pobre, e preparou-a para aquele que lhe havia vindo.
\v 5 Então se acendeu o furor de Davi em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que o que tal fez é digno de morte.
\v 6 E que ele deve pagar a cordeira com quatro tantos, porque fez esta tal coisa, e não teve misericórdia.
\s5
\v 7 Então disse Natã a Davi: Tu és aquele homem. Assim disse o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi por rei sobre Israel, e te livre da mão de Saul;
\v 8 Eu te dei a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teu fundo: demais disto te dei a casa de Israel e de Judá; e se isto é pouco, eu te acrescentarei tais e tais coisas.
\s5
\v 9 Por que, pois, tiveste em pouco a palavra do SENHOR, fazendo o que era mau diante de seus olhos? A Urias Heteu feriste à espada, e tomaste por tua mulher a sua mulher, e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom.
\v 10 Pelo qual agora não se apartará jamais de tua casa a espada; porquanto me menosprezaste, e tomaste a mulher de Urias Heteu para que fosse tua mulher.
\s5
\v 11 Assim disse o SENHOR: Eis que eu levantarei sobre ti o mal de tua mesma casa, e tomarei tuas mulheres diante de teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres à vista deste sol.
\v 12 Porque tu o fizeste em secreto; mas eu farei isto diante de todo Israel, e diante do sol.
\v 13 Então disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E Natã disse a Davi: Também o SENHOR removeu teu pecado: não morrerás.
\s5
\v 14 Mas porquanto com este negócio fizeste blasfemar aos inimigos do SENHOR, o filho que te nasceu morrerá certamente.
\v 15 E Natã se voltou à sua casa. E o SENHOR feriu ao menino que a mulher de Urias havia dado à luz a Davi, e o fez ficar gravemente doente.
\s5
\v 16 Então rogou Davi a Deus pelo menino; e jejuou Davi, recolheu-se, e passou a noite deitado em terra.
\v 17 E levantando-se os anciãos de sua casa foram a ele para fazê-lo levantar da terra; mas ele não quis, nem comeu com eles pão.
\v 18 E ao sétimo dia morreu o menino; mas seus servos não ousavam fazer-lhe saber que o menino era morto, dizendo entre si: Quando o menino ainda vivia, lhe falávamos, e não queria ouvir nossa voz: pois quanto mais mal lhe fará, se lhe dissermos que o menino está morto?
\s5
\v 19 Mas Davi vendo a seus servos falar entre si, entendeu que o menino era morto; pelo que disse Davi a seus servos: É morto o menino? E eles responderam: Morto é.
\v 20 Então Davi se levantou da terra, e lavou-se e ungiu-se, e mudou suas roupas, e entrou à casa do SENHOR, e adorou. E depois veio à sua casa, e mandou, e puseram-lhe pão, e comeu.
\s5
\v 21 E disseram-lhe seus servos: Que é isto que fizeste? Pelo menino, vivendo ainda, jejuavas e choravas; e ele morto, levantaste-te e comeste pão.
\v 22 E ele respondeu: Vivendo ainda o menino, eu jejuava e chorava, dizendo: Quem sabe se Deus terá compaixão de mim, por maneira que viva o menino?
\v 23 Mas agora que já é morto, para que tenho de jejuar? Poderei eu fazer-lhe voltar? Eu vou a ele, mas ele não voltará a mim.
\s5
\v 24 E consolou Davi a Bate-Seba sua mulher, e entrando a ela, dormiu com ela; e deu à luz um filho, e chamou seu nome Salomão, ao qual o SENHOR amou:
\v 25 Que enviou por meio de Natã profeta, e chamou seu nome Jedidias, por causa do SENHOR.
\s5
\v 26 E Joabe lutava contra Rabá dos filhos de Amom, e tomou a cidade real.
\v 27 Então enviou Joabe mensageiros a Davi, dizendo: Eu lutei contra Rabá, e tomei a cidade das águas.
\v 28 Junta, pois, agora o povo que resta, e assenta acampamento contra a cidade, e toma-a; porque tomando eu a cidade, não se chame de meu nome.
\s5
\v 29 E juntando Davi todo aquele povo foi contra Rabá, e combateu-a, e tomou-a.
\v 30 E tomou a coroa de seu rei de sua cabeça, a qual pesava um talento de ouro, e tinha pedras preciosas; e foi posta sobre a cabeça de Davi. E trouxe muito grande despojo da cidade.
\s5
\v 31 Tirou também o povo que estava nela, e o pôs ao trabalho de serras, e de trilhos de ferro, e de machados de ferro; e os fez passar por fornos de tijolos: e o mesmo fez a todas as cidades dos filhos de Amom. Voltou-se logo Davi com todo o povo a Jerusalém.
\s5
\c 13
\v 1 Aconteceu depois disto, que tendo Absalão filho de Davi uma irmã bela que se chamava Tamar, apaixonou-se por ela Amnom filho de Davi.
\v 2 E estava Amnom angustiado até enfermar, por Tamar sua irmã: porque por ser ela virgem, parecia a Amnom que seria coisa difícil fazer-lhe algo.
\s5
\v 3 E Amnom tinha um amigo que se chamava Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi: e era Jonadabe homem muito astuto.
\v 4 E este lhe disse: Filho do rei, por que de dia em dia vais assim enfraquecendo? Não o revelarás a mim? Amnom lhe respondeu: Eu amo a Tamar a irmã de Absalão meu irmão.
\s5
\v 5 E Jonadabe lhe disse: Deita-te em tua cama, e finge que estás enfermo; e quando teu pai vier a visitar-te, dize-lhe: Rogo-te que venha minha irmã Tamar, para que me conforte com alguma comida, e prepare diante de mim alguma iguaria, para que vendo eu, a coma de sua mão.
\v 6 Deitou-se, pois, Amnom, e fingiu que estava enfermo, e veio o rei: a visitar-lhe: e disse Amnom ao rei: Eu te rogo que venha minha irmã Tamar, e faça diante de mim dois bolos, que coma eu de sua mão.
\s5
\v 7 E Davi enviou a Tamar a sua casa, dizendo: Vai agora à casa de teu irmão Amnom, e faze-lhe de comer.
\v 8 E foi Tamar à casa de seu irmão Amnom, o qual estava deitado; e tomou farinha, e amassou e fez bolos diante dele, e preparou-os.
\v 9 Tomou logo a panela, e tirou-os diante dele: mas ele não quis comer. E disse Amnom: Lançai fora daqui a todos. E todos se saíram dali.
\s5
\v 10 Então Amnom disse a Tamar: Traze a comida ao quarto, para que eu coma de tua mão. E tomando Tamar os pães que havia preparado, levou-os a seu irmão Amnom ao quarto.
\v 11 E quando ela se as pôs diante para que comesse, ele a agarrou, dizendo-lhe: Vem, irmã minha deita-te comigo.
\v 12 Ela então lhe respondeu: Não, meu irmão, não me forces; porque não se deve assim com Israel. Não faças tal erro.
\s5
\v 13 Porque onde iria eu com minha desonra? E ainda tu serias estimado como um dos perversos em Israel. Rogo-te, pois, agora, que fales ao rei, que não me negará a ti.
\v 14 Mas ele não a quis ouvir; antes podendo mais que ela a forçou, e lançou-se com ela.
\s5
\v 15 Aborreceu-a logo Amnom de tão grande aborrecimiento, que o ódio com que a aborreceu foi maior que o amor com que a havia amado. E disse-lhe Amnom: Levanta-te e vai-te.
\v 16 E ela lhe respondeu: Não está certo; maior mal é este de me rejeitar, que o que me fizeste. Mas ele não a quis ouvir:
\v 17 Antes, chamando seu criado que lhe servia, disse: Lança-me esta ali fora, e fecha a porta atrás dela.
\s5
\v 18 E tinha ela sobre si uma roupa de cores, traje que as filhas virgens dos reis vestiam. Lançou-a, pois, fora seu criado, e fechou a porta atrás ela.
\v 19 Então Tamar tomou cinza, e espalhou-a sobre sua cabeça, e rasgou sua roupa de cores de que estava vestida, e postas suas mãos sobre sua cabeça, foi-se gritando.
\s5
\v 20 E disse-lhe seu irmão Absalão: Esteve contigo teu irmão Amnom? Pois cala agora, irmã minha: teu irmão é; não ponhas teu coração neste negócio. E ficou Tamar desconsolada em casa de Absalão seu irmão.
\v 21 E logo que o rei Davi ouviu tudo isto, foi muito irritado.
\v 22 Mas Absalão não falou com Amnom nem mal nem bem, ainda que Absalão aborrecesse a Amnom, porque havia forçado a Tamar sua irmã.
\s5
\v 23 E aconteceu, passados dois anos, que Absalão tinha tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim; e convidou Absalão a todos os filhos do rei.
\v 24 E veio Absalão ao rei, e disse-lhe: Eis que, teu servo tem agora tosquiadores: eu rogo que venha o rei e seus servos com teu servo.
\s5
\v 25 E respondeu o rei a Absalão: Não, filho meu, não vamos todos, para não sermos pesados a ti. E ainda que tenha insistido com ele, não quis ir, mas abençoou-o.
\v 26 Então disse Absalão: Se não, rogo-te que venha conosco Amnom meu irmão. E o rei lhe respondeu: Para que há de ir contigo?
\s5
\v 27 E como Absalão o importunou, deixou ir com ele a Amnom e a todos os filhos do rei.
\v 28 E havia Absalão dado ordem a seus criados, dizendo: Agora bem, olhai quando o coração de Amnom estará alegre do vinho, e em dizendo-vos eu: Feri a Amnom, então matai-o, e não temais; que eu vos o mandei. Esforçai-vos, pois, e sede valentes.
\v 29 E os criados de Absalão fizeram com Amnom como Absalão o havia mandado. Levantaram-se logo todos os filhos do rei, e subiram todos em seus mulos, e fugiram.
\s5
\v 30 E estando ainda eles no caminho, chegou a Davi o rumor que dizia: Absalão matou a todos os filhos do rei, que nenhum deles restou.
\v 31 Então levantando-se Davi, rasgou suas roupas, e lançou-se em terra, e todos os seus criados, rasgados suas roupas, estavam adiante.
\s5
\v 32 E Jonadabe, filho de Simeia irmão de Davi, falou e disse: Não diga meu senhor que mataram a todos os jovens filhos do rei, que somente Amnom é morto: porque em boca de Absalão estava posto desde o dia que Amnom forçou a Tamar sua irmã.
\v 33 Portanto, agora não ponha meu senhor o rei em seu coração essa voz que disse: Todos os filhos do rei foram mortos: porque somente Amnom é morto.
\s5
\v 34 Absalão fugiu logo. Entretanto, levantando seus olhos o jovem que estava de vigia olhou, e eis que muito povo vinha por detrás de si pelo caminho da lateral do monte.
\v 35 E disse Jonadabe ao rei: Eis ali os filhos do rei que vem: é assim como teu servo disse.
\v 36 E quando ele acabou de falar, eis que os filhos do rei que vieram, e levantando sua voz choraram. E também o mesmo rei e todos os seus servos choraram com muito grandes lamentos.
\s5
\v 37 Mas Absalão fugiu, e foi-se a Talmai filho de Amiur, rei de Gesur. E Davi chorava por seu filho todos os dias.
\v 38 E depois que Absalão fugiu e se foi a Gesur, esteve ali três anos.
\v 39 E o rei Davi desejou ver a Absalão: porque já estava consolado acerca de Amnom que era morto.
\s5
\c 14
\v 1 E conhecendo Joabe, filho de Zeruia, que o coração do rei estava por Absalão,
\v 2 Enviou Joabe a Tecoa, e tomou dali uma mulher astuta, e disse-lhe: Eu te rogo que te enlutes, e te vistas de roupas de luto, e não te unjas com óleo, antes sê como mulher que há muito tempo que traze luto por algum morto;
\v 3 E entrando ao rei, fala com ele desta maneira. E pôs Joabe as palavras em sua boca.
\s5
\v 4 Entrou, pois, aquela mulher de Tecoa ao rei, e prostrando-se em terra sobre seu rosto fez reverência, e disse: Ó rei, socorre-me!
\v 5 E o rei disse: Que tens? E ela respondeu: Eu à verdade sou uma mulher viúva e meu marido é morto.
\v 6 E tua serva tinha dois filhos e os dois brigaram no campo; e não havendo quem os separasse, feriu o um à outra, e o matou.
\s5
\v 7 E eis que toda a parentela se levantou contra tua serva, dizendo: Entrega ao que matou a seu irmão, para que lhe façamos morrer pela vida de seu irmão a quem ele matou, e tiremos também o herdeiro. Assim apagarão a brasa que me restou, não deixaram a meu marido nome nem remanescente sobre a terra.
\s5
\v 8 Então o rei disse à mulher: Vai-te à tua casa, que eu mandarei acerca de ti.
\v 9 E a mulher de Tecoa disse ao rei: Rei senhor meu, a maldade seja sobre mim e sobre a casa de meu pai; mas o rei e seu trono sem culpa.
\s5
\v 10 E o rei disse: Ao que falar contra ti, traze-o a mim, que não te tocará mais.
\v 11 Disse ela então: Rogo-te, ó rei, que te lembres do SENHOR teu Deus, que não deixes ao vingador do sangue aumentar o dano em destruir meu filho. E ele respondeu: Vive o SENHOR, que não cairá nem um cabelo da cabeça de teu filho em terra.
\s5
\v 12 E a mulher disse: Rogo-te que fale tua criada uma palavra a meu senhor o rei. E ele disse: Fala.
\v 13 Então a mulher disse: Por que pois pensas tu outro tanto contra o povo de Deus? que falando o rei esta palavra, é como culpado, porquanto o rei não faz voltar a seu fugitivo.
\v 14 Porque de certo morremos, e somos como águas derramadas por terra, que não podem voltar a recolher-se: nem Deus tira a vida, mas sim planeja meio para que seu desviado não seja dele excluído.
\s5
\v 15 E que eu vim agora para dizer isto ao rei meu senhor, é porque o povo me pôs medo. Mas tua serva disse: Falarei agora ao rei: talvez ele faça o que sua serva diga.
\v 16 Pois o rei ouvirá, para livrar à sua serva da mão do homem que me quer exterminar a mim, e a meu filho juntamente, da propriedade de Deus.
\v 17 Tua serva, pois, disse: Que seja agora a resposta de meu senhor o rei para descanso; pois que meu senhor o rei é como um anjo de Deus para escutar o bem e o mal. Assim o SENHOR teu Deus seja contigo.
\s5
\v 18 Então ele respondeu, e disse à mulher: Eu te rogo que não me encubras nada do que eu te perguntar. E a mulher disse: Fale meu senhor o rei.
\v 19 E o rei disse: Não foi a mão de Joabe contigo em todas estas coisas? E a mulher respondeu e disse: Vive tua alma, rei senhor meu, que não há que desviar-se à direita nem à esquerda de tudo o que meu senhor o rei falou: porque teu servo Joabe, ele me mandou, e ele pôs na boca de tua serva todas estas palavras.
\v 20 E Joabe, teu servo o fez, modificando a aparência do assunto; mas meu senhor é sábio, conforme a sabedoria de um anjo de Deus, para conhecer o que há na terra.
\s5
\v 21 Então o rei disse a Joabe: Eis que eu faço isto: vai, e faze voltar ao jovem Absalão.
\v 22 E Joabe se prostrou em terra sobre seu rosto, e fez reverência, e depois que abençoou ao rei, disse: Hoje há entendido teu servo que achei favor em teus olhos, rei senhor meu; pois que fez o rei o que seu servo disse.
\s5
\v 23 Levantou-se logo Joabe, e foi a Gesur, e voltou a Absalão a Jerusalém.
\v 24 Mas o rei disse: Vá-se à sua casa, e não veja meu rosto. E voltou-se Absalão à sua casa, e não viu o rosto do rei.
\s5
\v 25 E não havia em todo Israel homem tão elogiado por sua beleza como Absalão; desde a planta de seu pé até ao topo da cabeça não havia nele defeito.
\v 26 E quando se cortava o cabelo, (o qual fazia ao fim de cada ano, pois lhe incomodava, e por isso se o cortava,) pesava o cabelo de sua cabeça duzentos siclos de peso real.
\v 27 E nasceram-lhe a Absalão três filhos, e uma filha que se chamou Tamar, a qual era bela de ver.
\s5
\v 28 E esteve Absalão por espaço de dois anos em Jerusalém, e não viu a cara do rei.
\v 29 E mandou Absalão por Joabe, para enviá-lo ao rei; mas não quis vir a ele; ele mandou mensagem ainda pela segunda vez, mas não quis vir.
\s5
\v 30 Então disse a seus servos: Bem sabeis as terras de Joabe junto a meu lugar, de onde tem suas cevadas; ide, e pegai-lhes fogo; e os servos de Absalão pegaram fogo às terras.
\v 31 Levantou-se, portanto, Joabe, e veio a Absalão à sua casa, e disse-lhe: Por que puseram fogo teus servos a minhas terras?
\s5
\v 32 E Absalão respondeu a Joabe: Eis que, eu enviei por ti, dizendo que viesses aqui, a fim de enviar-te eu ao rei a que lhe dissesses: Para que vim de Gesur? Melhor me fora estar ainda lá. Veja eu agora a cara do rei; e se há em mim pecado, mate-me.
\v 33 Veio, pois, Joabe ao rei, e fê-lo saber. Então chamou a Absalão, o qual veio ao rei, e inclinou seu rosto em terra diante do rei: e o rei beijou a Absalão.
\s5
\c 15
\v 1 Aconteceu depois disto, que Absalão se fez de carros e cavalos, e cinquenta que corressem diante dele.
\v 2 E levantava-se Absalão de manhã, e punha-se a um lado do caminho da porta; e a qualquer um que tinha pleito e vinha ao rei a juízo, Absalão lhe chamava a si, e dizia-lhe: De que cidade és? E ele respondia: Teu servo é de uma das tribos de Israel.
\s5
\v 3 Então Absalão lhe dizia: Olha que tuas palavras são boas e justas: mas não tens quem te ouça pelo rei.
\v 4 E dizia Absalão: Quem me dera se eu fosse constituído juiz na terra, para que viessem a mim todos os que têm pleito ou negócio, que eu lhes faria justiça!
\s5
\v 5 E acontecia que, quando alguém se chegava para inclinar-se a ele, ele estendia sua mão, e o tomava, e o beijava.
\v 6 E desta maneira fazia com todo Israel que vinha ao rei a juízo: e assim roubava Absalão o coração dos de Israel.
\s5
\v 7 E ao fim de quarenta anos aconteceu que Absalão disse ao rei: Eu te rogo me permitas que vá a Hebrom, a pagar meu voto que ei prometido ao SENHOR:
\v 8 Porque teu servo fez voto quando estava em Gesur em Síria, dizendo: Se o SENHOR me voltar a Jerusalém, eu servirei ao SENHOR.
\s5
\v 9 E o rei disse: Vai em paz. E ele se levantou, e se foi a Hebrom.
\v 10 Porém enviou Absalão espias por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som da trombeta, direis: Absalão reina em Hebrom.
\s5
\v 11 E foram com Absalão duzentos homens de Jerusalém por ele convidados, os quais iam em sua ingenuidade, sem saber nada.
\v 12 Também enviou Absalão por Aitofel gilonita, do conselho de Davi, a Gilo sua cidade, enquanto fazia seus sacrifícios. E a conspiração veio a ser grande, pois se ia aumentando o povo com Absalão.
\s5
\v 13 E veio o aviso a Davi, dizendo: O coração de todo Israel segue Absalão.
\v 14 Então Davi disse a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque não poderemos escapar diante de Absalão; apressai-vos a partir, não seja que se apressando ele nos alcance, e lance o mal sobre nós, e fira a cidade a fio de espada.
\v 15 E os servos do rei disseram ao rei: Eis que, teus servos estão prontos a tudo que nosso senhor, o rei, decidir fazer.
\s5
\v 16 O rei então saiu, com toda sua família depois dele. E deixou o rei dez mulheres concubinas para que guardassem a casa.
\v 17 Saiu pois o rei com todo o povo que lhe seguia, e pararam-se em um lugar distante.
\v 18 E todos os seus servos passavam a seu lado, com todos os quereteus e peleteus; e todos os giteus, seiscentos homens que haviam vindo a pé desde Gate, iam diante do rei.
\s5
\v 19 E disse o rei a Itai giteu: Para que vens tu também conosco? Volta, e fica com o rei; porque tu és estrangeiro, e desterrado também de teu lugar.
\v 20 Ontem vieste, e tenho-te de fazer hoje que mudes lugar para ir conosco? Eu vou como vou: tu volta, e faze voltar a teus irmãos: em ti haja misericórdia e verdade.
\s5
\v 21 E respondeu Itai ao rei, dizendo: Vive Deus, e vive meu senhor o rei, que, ou para morte ou para vida, de onde meu senhor o rei estiver, ali estará também teu servo.
\v 22 Então Davi disse a Itai: Vem, pois, e passa. E passou Itai giteu, e todos os seus homens, e toda sua família.
\v 23 E toda aquela terra chorou em alta voz; passou, logo, toda a gente o ribeiro de Cedrom; também passou o rei, e todo aquele povo passou, ao caminho que vai ao deserto.
\s5
\v 24 E eis que, também ia Zadoque, e com ele todos os levitas que levavam a arca do pacto de Deus; e assentaram a arca do pacto de Deus. E subiu Abiatar depois que acabou de sair da cidade todo aquele povo.
\v 25 Porém disse o rei a Zadoque: Volta a arca de Deus à cidade; que se eu achar favor aos olhos do SENHOR, ele me voltará, e me fará ver a ela e a seu tabernáculo:
\v 26 E se disser: Não me agradas: aqui estou, faça de mim o que bem lhe parecer.
\s5
\v 27 Disse ainda o rei a Zadoque sacerdote: Não és tu vidente? Volta-te em paz à cidade; e convosco vossos dois filhos, teu filho Aimaás, e Jônatas filho de Abiatar.
\v 28 Olhai que eu me deterei nos campos do deserto, até que venha resposta de vós que me dê aviso.
\v 29 Então Zadoque e Abiatar trouxeram de volta a arca de Deus a Jerusalém; e estiveram ali.
\s5
\v 30 E Davi subiu o monte das Oliveiras; e subiu chorando, levando a cabeça coberta, e os pés descalços. Também todo aquele povo que tinha consigo cobriu cada um sua cabeça, e subiram chorando assim como subiam.
\v 31 E deram aviso a Davi, dizendo: Aitofel está entre os que conspiraram com Absalão. Então disse Davi: Torna loucura agora, ó SENHOR, o conselho de Aitofel.
\s5
\v 32 E quando Davi chegou ao cume do monte para adorar ali a Deus, eis que Husai arquita que lhe saiu ao encontro, trazendo rasgada sua roupa, e terra sobre sua cabeça.
\v 33 E disse-lhe Davi: Se passares comigo, tu me serás prejudicial;
\v 34 Mas se voltares à cidade, e disseres a Absalão: Rei, eu serei teu servo; como até aqui fui servo de teu pai, assim serei agora servo teu, então tu me dissiparás o conselho de Aitofel.
\s5
\v 35 Não estarão ali contigo Zadoque e Abiatar sacerdotes? Portanto, tudo o que ouvires na casa do rei, darás aviso disso a Zadoque e a Abiatar sacerdotes.
\v 36 E eis que estão com eles seus dois filhos, Aimaás o de Zadoque, e Jônatas o de Abiatar; por meio deles me enviareis aviso de tudo o que ouvirdes.
\v 37 Assim se veio Husai amigo de Davi à cidade; e Absalão entrou em Jerusalém.
\s5
\c 16
\v 1 E quando Davi passou um pouco do cume do monte, eis que Ziba, o criado de Mefibosete, que o saía a receber com um par de asnos aprontados, e sobre eles duzentos pães, e cem cachos de passas, e cem pães de figos secos, e um odre de vinho.
\v 2 E disse o rei a Ziba: Que é isto? E Ziba respondeu: Os asnos são para a família do rei, em que s; os pães e a passa para os criados, que comam; e o vinho, para que bebam os que se cansarem no deserto.
\s5
\v 3 E disse o rei: Onde está o filho de teu senhor? E Ziba respondeu ao rei: Eis que ele ficou em Jerusalém, porque disse: Hoje me devolverá a casa de Israel o reino de meu pai.
\v 4 Então o rei disse a Ziba: Eis que, seja teu tudo o que tem Mefibosete. E respondeu Ziba inclinando-se: Rei senhor meu, ache eu favor diante de ti.
\s5
\v 5 E veio o rei Davi até Baurim: e eis que, saía um da família da casa de Saul, o qual se chamava Simei, filho de Gera; e saía amaldiçoando,
\v 6 E lançando pedras contra Davi, e contra todos os servos do rei Davi: e todo aquele povo, e todos os homens valentes estavam à sua direita e à sua esquerda.
\s5
\v 7 E dizia Simei, amaldiçoando-lhe: Sai, sai, homem sanguinário, e homem maligno!
\v 8 O SENHOR te retribuiu por todo o sangue da casa de Saul, em lugar do qual tu reinaste: mas o SENHOR entregou o reino em mãos de teu filho Absalão; e eis que estás em tua desgraça, porque és homem sanguinário.
\s5
\v 9 Então Abisai filho de Zeruia, disse ao rei: Por que almadiçoa este cão morto a meu senhor o rei? Eu te rogo que me deixes passar, e tirarei dele a cabeça.
\v 10 E o rei respondeu: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ele almadiçoa assim, porque o SENHOR lhe disse que almadiçoasse a Davi; quem pois lhe dirá: Por que o fazes assim?
\s5
\v 11 E disse Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que, meu filho que saiu de minhas entranhas, busca à minha vida: quanto mais agora um filho de Benjamim? Deixai-lhe que amaldiçoe, que o SENHOR se o disse.
\v 12 Talvez o SENHOR olhe a minha aflição, e o SENHOR me conceda o bem por suas maldições de hoje.
\s5
\v 13 E quando Davi e os seus iam pelo caminho, Simei ia pelo lado do monte diante dele, andando e amaldiçoando, e lançando pedras diante dele, e espalhando pó.
\v 14 E o rei e todo aquele povo que com ele estava, chegaram exaustos, e descansaram ali.
\s5
\v 15 E Absalão e todo aquele povo, os homens de Israel, entraram em Jerusalém, e com ele Aitofel.
\v 16 E aconteceu logo, que quando Husai arquita amigo de Davi chegou a Absalão, disse-lhe Husai: Viva o rei, viva o rei.
\s5
\v 17 E Absalão disse a Husai: Este é teu agradecimento para com teu amigo? Por que não foste com teu amigo?
\v 18 E Husai respondeu a Absalão: Não; mas sim a quem o SENHOR escolher, assim como este povo e todos os homens de Israel, dele serei eu, e com ele permanecerei.
\s5
\v 19 E a quem havia eu de servir? Não seria a seu filho? Como servi diante de teu pai, assim serei diante de ti.
\s5
\v 20 Então disse Absalão a Aitofel: Consultai que faremos.
\v 21 E Aitofel disse a Absalão: Entra às concubinas de teu pai, que ele deixou para guardar a casa; e todo aquele povo de Israel ouvirá que te fizeste aborrecível a teu pai, e assim se esforçarão as mãos de todos os que estão contigo.
\s5
\v 22 Então puseram uma tenda a Absalão sobre o terraço, e entrou Absalão às concubinas de seu pai, em olhos de todo Israel.
\v 23 E o conselho que dava Aitofel em aqueles dias, era como se consultassem a palavra de Deus. Tal era o conselho de Aitofel, assim com Davi como com Absalão.
\s5
\c 17
\v 1 Então Aitofel disse a Absalão: Eu escolherei agora doze mil homens, e me levantarei, e seguirei a Davi esta noite;
\v 2 E o atacarei quando ele estiver cansado e fraco das mãos; eu o atemorizarei, e todo aquele povo que está com ele fugirá, e ferirei ao rei somente.
\v 3 Assim farei tornar todo aquele povo a ti: e quando eles houverem voltado, (pois aquele homem é o que tu queres) todo aquele povo estará em paz.
\v 4 Esta razão apareceu bem a Absalão e a todos os anciãos de Israel.
\s5
\v 5 E disse Absalão: Chama também agora a Husai arquita, para que também ouçamos o que ele dirá.
\v 6 E quando Husai veio a Absalão, falou-lhe Absalão, dizendo: Assim disse Aitofel; seguiremos seu conselho, ou não? Dize tu.
\v 7 Então Husai disse a Absalão: O conselho que deu esta vez Aitofel não é bom.
\s5
\v 8 E acrescentou Husai: Tu sabes que teu pai e os seus são homens valentes, e que estão com amargura de ânimo, como a ursa no campo quando lhe tiraram os filhos. Além disso, teu pai é homem de guerra, e não terá a noite com o povo.
\v 9 Eis que ele estará agora escondido em alguma cova, ou em outro lugar: e se ao princípio caírem alguns dos teus, ouvirá quem o ouvir, e dirá: O povo que segue a Absalão foi derrotado.
\v 10 Assim ainda o homem valente, cujo coração seja como coração de leão, sem dúvida desmaiará: porque todo Israel sabe que teu pai é homem valente, e que os que estão com ele são esforçados.
\s5
\v 11 Aconselho, pois, que todo Israel se junte a ti, desde Dã até Berseba, em multidão como a areia que está à beira do mar, e que tu em pessoa vás à batalha.
\v 12 Então lhe acometeremos em qualquer lugar que puder achar-se, e viremos contra ele como quando o orvalho cai sobre a terra, e a ninguém deixaremos dele, e de todos os que com ele estão.
\s5
\v 13 E se se recolher em alguma cidade, todos os de Israel trarão cordas àquela cidade, e a arrastaremos até o ribeiro, que nunca mais apareça pedra dela.
\v 14 Então Absalão e todos os de Israel disseram: O conselho de Husai arquita é melhor que o conselho de Aitofel. Porque o SENHOR havia ordenado que o acertado conselho de Aitofel se frustrasse, para que o SENHOR fizesse vir o mal sobre Absalão.
\s5
\v 15 Disse logo Husai a Zadoque e a Abiatar sacerdotes: Assim e assim aconselhou Aitofel a Absalão e aos anciãos de Israel: e desta maneira aconselhei eu.
\v 16 Portanto enviai imediatamente, e dai aviso a Davi, dizendo: Não fiques esta noite nos campos do deserto, mas sim passa logo o Jordão, para que o rei não seja consumido, e todo aquele povo que com ele está.
\s5
\v 17 E Jônatas e Aimaás estavam junto à fonte de Rogel, porque não podiam eles mostrar-se vindo à cidade; foi, portanto, uma criada, e deu-lhes o aviso: e eles foram, e noticiaram-no ao rei Davi.
\v 18 Porém foram vistos por um jovem, o qual deu conta a Absalão: porém os dois se apressaram em caminhar, e chegaram à casa de um homem em Baurim, que tinha um poço em seu pátio, dentro do qual se meteram.
\s5
\v 19 E tomando a mulher da casa uma manta, estendeu-a sobre a boca do poço, e estendeu sobre ela o grão trilhado; e não se penetrou o negócio.
\v 20 Chegando logo os criados de Absalão à casa à mulher, disseram-lhe: Onde estão Aimaás e Jônatas? E a mulher lhes respondeu: Já passaram o vau das águas. E quando eles os buscaram e não os acharam voltaram a Jerusalém.
\s5
\v 21 E depois que eles se houveram ido, aqueles saíram do poço, e foram-se, e deram aviso ao rei Davi; e disseram-lhe: Levantai-vos e apressai-vos a passar as águas, porque Aitofel deu tal conselho contra vós.
\v 22 Então Davi se levantou, e todo aquele povo que com ele estava, e passaram o Jordão antes que amanhecesse; nem sequer faltou um que não passasse o Jordão.
\s5
\v 23 E Aitofel, vendo que não se havia praticado seu conselho, preparou seu asno, e levantou-se, e foi-se à sua casa em sua cidade; e depois de dar ordens acerca de sua casa, enforcou-se e morreu, e foi sepultado no sepulcro de seu pai.
\s5
\v 24 E Davi chegou a Maanaim, e Absalão passou o Jordão com toda a gente de Israel.
\v 25 E Absalão constituiu a Amasa, sobre o exército em lugar de Joabe, o qual Amasa foi filho de um homem de Israel chamado Itra, o qual havia se deitado com Abigail filha de Naás, irmã de Zeruia, mãe de Joabe.
\v 26 E Israel assentou acampamento com Absalão na terra de Gileade.
\s5
\v 27 E logo que Davi chegou a Maanaim, Sobi filho de Naás de Rabá dos filhos de Amom, e Maquir filho de Amiel de Lo-Debar, e Barzilai gileadita de Rogelim,
\v 28 Trouxeram a Davi e ao povo que estava com ele, camas, e bacias, e vasilhas de barro, e trigo, e cevada, e farinha, e grão tostado, favas, lentilhas, e grãos tostados,
\v 29 Mel, manteiga, ovelhas, e queijos de vacas, para que comessem; porque disseram: Aquele povo está faminto, e cansado, e terá sede no deserto.
\s5
\c 18
\v 1 Davi, pois, revistou o povo que tinha consigo, e pôs sobre eles comandantes de mil e comandantes de cem.
\v 2 E enviou a terça parte do povo ao mando de Joabe, e outra terça parte ao mando de Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe, e a outra terceira parte ao mando de Itai geteu. E disse o rei ao povo: Eu também sairei convosco.
\s5
\v 3 Mas o povo disse: Não sairás; porque se nós fugirmos, não farão caso de nós; e ainda que a metade de nós morra, não farão caso de nós: mas tu agora vales tanto quanto dez mil de nós. Será pois melhor que da cidade tu nos ajudes.
\v 4 Então o rei lhes disse: Eu farei o que bem vos parecer. E pôs-se o rei à entrada da porta, enquanto saía todo aquele povo de cento em cento e de mil em mil.
\s5
\v 5 E o rei mandou a Joabe e a Abisai e a Itai, dizendo: Tratai benignamente por causa de mim ao jovem Absalão. E todo aquele povo ouviu quando deu o rei ordem acerca de Absalão a todos os capitães.
\s5
\v 6 Saiu, pois, o povo ao acampamento contra Israel, e houve a batalha no bosque de Efraim;
\v 7 E ali caiu o povo de Israel diante dos servos de Davi, e fez-se uma grande matança de vinte mil homens.
\v 8 E espalhando-se ali o exército pela face de toda a terra, foram mais os que o bosque consumiu dos do povo, que os que a espada consumiu naquele dia.
\s5
\v 9 E encontrou-se Absalão com os servos de Davi: e ia Absalão sobre um mulo, e o mulo se entrou debaixo de um espesso e grande carvalho, e prendeu-lhe a cabeça ao carvalho, e ficou entre o céu e a terra; pois o mulo em que ia passou adiante.
\v 10 E vendo-o um, avisou a Joabe, dizendo: Eis que vi a Absalão pendurado em um carvalho.
\v 11 E Joabe respondeu ao homem que lhe dava a nova: E vendo-o tu, por que não lhe feriste logo ali lançando-lhe à terra? E sobre mim, que te haveria dado dez siclos de prata, e um cinto.
\s5
\v 12 E o homem disse a Joabe: Ainda que me importasse em minhas mãos mil siclos de prata, não estenderia eu minha mão contra o filho do rei; porque nós o ouvimos quando o rei te mandou a ti e a Abisai e a Itai, dizendo: Olhai que ninguém toque no jovem Absalão.
\v 13 Por outra parte, haveria eu feito traição contra minha vida (pois que ao rei nada se lhe esconde), e tu mesmo estarias contra mim.
\s5
\v 14 E respondeu Joabe: Não perderei tempo contigo. E tomando três dardos em suas mãos, fincou-os no coração de Absalão, que ainda estava vivo em meio do carvalho.
\v 15 Cercando-o logo dez rapazes escudeiros de Joabe, feriram a Absalão, e acabaram-lhe.
\s5
\v 16 Então Joabe tocou a trombeta, e o povo deixou de seguir a Israel, porque Joabe deteve ao povo.
\v 17 Tomando depois a Absalão, lançaram-lhe em um grande fosso no bosque, e levantaram sobre ele um muito grande amontoado de pedras; e todo Israel fugiu, cada um a suas moradas.
\s5
\v 18 E havia Absalão em sua vida tomado e levantado-se uma coluna, a qual está no vale do rei; porque havia dito: Eu não tenho filho que conserve a memória de meu nome. E chamou aquela coluna de seu nome: e assim se chamou o Lugar de Absalão, até hoje.
\s5
\v 19 Então Aimaás filho de Zadoque disse: Correrei agora, e darei as novas ao rei de como o SENHOR defendeu sua causa da mão de seus inimigos?
\v 20 E respondeu Joabe: Hoje não levarás as novas: as levarás outro dia: não darás hoje a nova, porque o filho do rei está morto.
\s5
\v 21 E Joabe disse a um cuxita: Vai tu, e dize ao rei o que viste. E o cuxita fez reverência a Joabe, e correu.
\v 22 Então Aimaás filho de Zadoque voltou a dizer a Joabe: Seja o que for, eu correrei agora atrás do cuxita. E Joabe disse: Filho meu, para que hás tu de escorrer, pois que não acharás prêmio pelas novas?
\v 23 Mas ele respondeu: Seja o que for, eu correrei. Então lhe disse: Corre. Correu, pois, Aimaás pelo caminho da planície, e passou diante do cuxita.
\s5
\v 24 Estava Davi naquele tempo sentado entre as duas portas; e o atalaia havia ido ao terraço de sobre a porta no muro, e levantando seus olhos, olhou, e viu a um que corria sozinho.
\v 25 O vigilante deu logo vozes, e o fez saber ao rei. E o rei disse: Se está sozinho, boas novas traze. Em tanto que ele vinha aproximando-se,
\s5
\v 26 Viu o vigilante outro que corria; e deu vozes o vigilante ao porteiro, dizendo: Eis que outro homem que corre sozinho. E o rei disse: Este também é mensageiro.
\v 27 E o vigilante voltou a dizer: Parece-me o correr do primeiro como o correr de Aimaás filho de Zadoque. E respondeu o rei: Esse é homem de bem, e vem com boa nova.
\s5
\v 28 Então Aimaás disse em alta voz ao rei: Paz. E inclinou-se à terra diante do rei, e disse: Bendito seja o SENHOR Deus teu, que entregou aos homens que haviam levantado suas mãos contra meu senhor o rei.
\v 29 E o rei disse: O jovem Absalão tem paz? E Aimaás respondeu: Vi eu um grande alvoroço quando enviou Joabe ao servo do rei e a mim teu servo; mas não sei que era.
\v 30 E o rei disse: Passa, e põe-te ali. E ele passou, e parou-se.
\s5
\v 31 E logo veio o cuxita, e disse: Receba notícia, meu senhor o rei, que hoje o SENHOR defendeu tua causa da mão de todos os que se haviam levantado contra ti.
\v 32 O rei então disse ao cuxita: O jovem Absalão tem paz? E o cuxita respondeu: Sejam como aquele jovem os inimigos de meu senhor o rei, e todos os que se levantam contra ti para mal.
\v 33 Então o rei se perturbou, e subiu-se à sala da porta, e chorou; e indo, dizia assim: Filho meu Absalão, filho meu, filho meu Absalão! Quem me dera que morresse eu em lugar de ti, Absalão, filho meu, filho meu!
\s5
\c 19
\v 1 E deram aviso a Joabe: Eis que o rei chora, e faz luto por Absalão.
\v 2 E voltou-se aquele dia a vitória em luto para todo aquele povo; porque ouviu dizer o povo aquele dia que o rei tinha dor por seu filho.
\s5
\v 3 Entrou-se o povo aquele dia na cidade escondidamente, como costuma entrar às escondidas o povo envergonhado que fugiu da batalha.
\v 4 Mas o rei, coberto o rosto, clamava em alta voz: Filho meu Absalão, Absalão, filho meu, filho meu!
\s5
\v 5 E entrando Joabe em casa ao rei, disse-lhe: Hoje envergonhaste o rosto de todos os teus servos, que hoje livraram tua vida, e a vida de teus filhos e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a vida de tuas concubinas,
\v 6 Amando aos que te aborrecem, e aborrecendo aos que te amam: porque hoje declaraste que nada te importam teus príncipes e servos; pois hoje deste a entender que se Absalão vivesse, bem que nós todos estivéssemos hoje mortos, então te contentarias.
\s5
\v 7 Levanta-te, pois, agora, e sai fora, e elogia a teus servos: porque juro pelo SENHOR, que se não saíres, nem um sequer ficará contigo esta noite; e disto te pesará mais que de todos os males que te sobrevieram desde tua juventude até agora.
\v 8 Então se levantou o rei, e sentou-se à porta; e foi declarado a todo aquele povo, dizendo: Eis que o rei está sentado à porta. E veio todo aquele povo diante do rei; mas Israel havia fugido, cada um a suas moradas.
\s5
\v 9 E todo aquele povo discutia em todas as tribos de Israel, dizendo: O rei nos livrou da mão de nossos inimigos, e ele nos salvou da mão dos filisteus; e agora havia fugido, da terra por medo de Absalão.
\v 10 E Absalão, a quem havíamos ungido sobre nós, é morto na batalha. Por que, pois, estais agora quietos em ordem a fazer voltar ao rei?
\s5
\v 11 E el rei Davi enviou a Zadoque e a Abiatar sacerdotes, dizendo: Falai aos anciãos de Judá e dizei-lhes: Por que sereis vós os últimos em voltar o rei à sua casa, já que a palavra de todo Israel veio ao rei de voltar-lhe à sua casa?
\v 12 Vós sois meus irmãos; sois meus ossos e minha carne; por que, pois sereis vós os últimos em voltar ao rei?
\s5
\v 13 Também direis a Amasa: Não és tu também osso meu e carne minha? Assim me faça Deus, e assim me acrescente, se não fores general do exército diante de mim para sempre, em lugar de Joabe.
\v 14 Assim inclinou o coração de todos os homens de Judá, como o de um só homem, para que enviassem a dizer ao rei: Volta, com todos os teus servos.
\v 15 Voltou, pois o rei, e veio até o Jordão. E Judá veio a Gilgal, a receber ao rei e fazê-lo passar o Jordão.
\s5
\v 16 E Simei filho de Gera, filho de Benjamim, que era de Baurim, apressou-se a vir com os homens de Judá a receber ao rei Davi;
\v 17 E com ele vinham mil homens de Benjamim; também Ziba criado da casa de Saul, com seus quinze filhos e seus vinte servos, os quais passaram o Jordão diante do rei.
\v 18 Atravessou depois o barco para passar a família do rei, e para fazer o que lhe agradasse. Então Simei filho de Gera se prostrou diante do rei quando ele havia passado o Jordão.
\s5
\v 19 E disse ao rei: Não me impute meu senhor iniquidade, nem tenhas memória dos males que teu servo fez o dia que meu senhor o rei saiu de Jerusalém, para guardá-los o rei em seu coração;
\v 20 Porque eu teu servo conheço haver pecado, e vim hoje o primeiro de toda a casa de José, para descer a receber a meu senhor o rei.
\s5
\v 21 E Abisai filho de Zeruia respondeu e disse: Não morrerá por isto Simei, que amaldiçoou ao ungido do SENHOR?
\v 22 Davi então disse: Que tendes vós comigo, filhos de Zeruia, que me haveis de ser hoje adversários? Morrerá hoje alguém em Israel? Não sei eu que hoje sou rei sobre Israel?
\v 23 E disse o rei a Simei: Não morrerás. E o rei jurou a ele.
\s5
\v 24 Também Mefibosete filho de Saul desceu a receber ao rei: não havia lavado seus pés, nem havia cortado sua barba, nem tampouco havia lavado suas roupas, desde o dia que o rei saiu até o dia que veio em paz.
\v 25 E logo que veio ele a Jerusalém a receber ao rei, o rei lhe disse: Mefibosete, Por que não foste comigo?
\s5
\v 26 E ele disse: Rei senhor meu, meu servo me enganou; pois havia teu servo dito: Prepararei um asno, e subirei nele, e irei ao rei; porque teu servo é coxo.
\v 27 Porém ele caluniou a teu servo diante de meu senhor o rei; mas meu senhor o rei é como um anjo de Deus: faze, pois, o que bem te parecer.
\v 28 Porque toda a casa de meu pai era digna de morte diante de meu senhor o rei, e tu puseste a teu servo entre os convidados de tua mesa. Que direito, pois, tenho ainda para queixar-me mais contra o rei?
\s5
\v 29 E o rei lhe disse: Para que falas mais palavras? Eu determinei que tu e Ziba repartais as terras.
\v 30 E Mefibosete disse ao rei: E ainda tome-as ele todas, pois que meu senhor o rei voltou em paz à sua casa.
\s5
\v 31 Também Barzilai gileadita desceu de Rogelim, e passou o Jordão com o rei, para acompanhar-lhe da outra parte do Jordão.
\v 32 E era Barzilai muito velho, de oitenta anos, o qual havia dado provisão ao rei quando estava em Maanaim, porque era homem muito rico.
\v 33 E o rei disse a Barzilai: Passa comigo, e eu te darei de comer comigo em Jerusalém.
\s5
\v 34 Mas Barzilai disse ao rei: Quantos são os dias do tempo de minha vida, para que eu suba com o rei a Jerusalém?
\v 35 Eu sou hoje da idade de oitenta anos, que já não farei diferença entre o bem e o mal: tomará gosto agora teu servo no que comer ou beber? Ouvirei mais a voz dos cantores e das cantoras? Para que, pois, seria ainda teu servo incômodo ao meu senhor, o rei?
\v 36 Passará teu servo um pouco o Jordão com o rei: por que me há de dar o rei tão grande recompensa?
\s5
\v 37 Eu te rogo que deixes voltar a teu servo, e que morra em minha cidade, junto ao sepulcro de meu pai e de minha mãe. Eis aqui teu servo Quimã; que passe ele com meu senhor o rei, e faze-lhe o que bem te parecer.
\s5
\v 38 E o rei disse: Pois passe comigo Quimã, e eu farei com ele como bem te pareça: e tudo o que tu me pedires, eu o farei.
\v 39 E todo aquele povo passou o Jordão: e logo que o rei também passou, o rei beijou a Barzilai, e abençoou-o; e ele se voltou à sua casa.
\s5
\v 40 O rei então passou a Gilgal, e com ele passou Quimã; e todo aquele povo de Judá, com a metade do povo de Israel, acompanharam o rei.
\v 41 E eis que todos os homens de Israel vieram ao rei, e lhe disseram: Por que os homens de Judá, nossos irmãos, te levaram, e fizeram passar o Jordão ao rei e à sua família, e a todos os homens de Davi com ele?
\s5
\v 42 E todos os homens de Judá responderam a todos os de Israel: Porque o rei é nosso parente. Mas por que vos irais vós disso? Temos nós comido algo do rei? Temos recebido dele algum presente?
\v 43 Então responderam os homens de Israel, e disseram aos de Judá: Nós temos no rei dez partes, e no mesmo Davi mais que vós: por que, pois, nos haveis tido em pouco? Não falamos nós primeiro em voltar a nosso rei? E o argumento dos homens de Judá prevaleceu ao dos homens de Israel.
\s5
\c 20
\v 1 E aconteceu estar ali um homem perverso que se chamava Seba, filho de Bicri, homem de Benjamim, o qual tocou a trombeta, e disse: Não temos nós parte em Davi, nem herança no filho de Jessé: Israel, cada um a suas moradas!
\v 2 Assim deixaram de seguir Davi todos os homens de Israel, e seguiam a Seba filho de Bicri: mas os de Judá se aderiram a seu rei, desde o Jordão até Jerusalém.
\s5
\v 3 E logo que chegou Davi a sua casa em Jerusalém, tomou o rei as dez mulheres concubinas que havia deixado para guardar a casa, e as pôs em uma casa em guarda, e deu-lhes de comer: mas nunca mais entrou a elas, mas sim que ficaram encerradas até que morressem como viúvas.
\s5
\v 4 Depois disse o rei a Amasa: Junta-me os homens de Judá para dentro de três dias, e acha-te tu aqui presente.
\v 5 Foi, pois, Amasa a juntar a Judá; mas deteve-se mais do tempo que lhe havia sido assinalado.
\s5
\v 6 E disse Davi a Abisai: Seba filho de Bicri nos fará agora mais mal que Absalão: toma, pois tu os servos de teu senhor, e vai atrás dele, não seja que ache as cidades fortificadas, e escape de nós.
\v 7 Então saíram depois dele os homens de Joabe, e os quereteus e peleteus, e todos os valentes: saíram de Jerusalém para ir atrás de Seba filho de Bicri.
\s5
\v 8 E estando eles próximo da grande penha que está em Gibeão, saiu-lhes Amasa ao encontro. Agora bem, a vestimenta que Joabe tinha sobreposta estava-lhe cingida, e sobre ela o cinto de um punhal apegado a seus lombos em sua bainha, da que assim quando ele avançou, o punhal caiu.
\s5
\v 9 Então Joabe disse a Amasa: Tens paz, irmão meu? E tomou Joabe com a direita a barba de Amasa, para beijá-lo.
\v 10 E como Amasa não se cuidou do punhal que Joabe na mão tinha, feriu-lhe este com ela na quinta costela, e derramou suas entranhas por terra, e caiu morto sem dar-lhe segundo golpe. Depois Joabe e seu irmão Abisai perseguiram Seba filho de Bicri.
\s5
\v 11 E um dos criados de Joabe se parou junto a ele, dizendo: Qualquer um que amar a Joabe e a Davi vá atrás de Joabe.
\v 12 E Amasa se havia revolvido no sangue no meio do caminho: e vendo aquele homem que todo aquele povo se parava, separou a Amasa do caminho ao campo, e lançou sobre ele uma vestimenta, porque via que todos os que vinham se paravam junto a ele.
\v 13 Logo, pois, que foi afastado do caminho, passaram todos os que seguiam a Joabe, para ir atrás de Seba filho de Bicri.
\s5
\v 14 E ele passou por todas as tribos de Israel até Abel e Bete-Maaca e toda a terra dos beritas: e juntaram-se, e seguiram-no também.
\v 15 E vieram e cercaram-no em Abel de Bete-Maaca, e puseram baluarte contra a cidade; e posto que foi ao muro, todo aquele povo que estava com Joabe trabalhava por derrubar a muralha.
\v 16 Então uma mulher sábia deu vozes na cidade, dizendo: Ouvi, ouvi; rogo-vos que digais a Joabe se chegue a aqui, para que eu fale com ele.
\s5
\v 17 E quando ele se aproximou a ela, disse a mulher: És tu Joabe? E ele respondeu: Eu sou. E ela lhe disse: Ouve as palavras de tua serva. E ele respondeu: Ouço.
\v 18 Então voltou ela a falar, dizendo: Antigamente costumavam falar, dizendo: Quem perguntar, pergunte em Abel: e assim concluíam.
\v 19 Eu sou das pacíficas e fiéis de Israel: e tu procuras destruir uma cidade que é mãe de Israel: por que destróis a herança do SENHOR?
\s5
\v 20 E Joabe respondeu, dizendo: Nunca tal, nunca tal me aconteça, que eu destrua nem desfaça.
\v 21 A coisa não é assim: mas um homem do monte de Efraim, que se chama Seba filho de Bicri, levantou sua mão contra o rei Davi: entregai a esse somente, e me irei da cidade. E a mulher disse a Joabe: Eis que sua cabeça te será lançada desde o muro.
\v 22 A mulher foi logo a todo aquele povo com sua sabedoria; e eles cortaram a cabeça a Seba filho de Bicri, e lançaram-na a Joabe. E ele tocou a trombeta, e dispersaram-se da cidade, cada um à sua morada. E Joabe se voltou ao rei a Jerusalém.
\s5
\v 23 Assim ficou Joabe sobre todo aquele exército de Israel; e Benaia filho de Joiada sobre os quereteus e peleteus;
\v 24 E Adorão sobre os tributos; e Josafá filho de Ailude, o cronista;
\v 25 E Seva, escriba; e Zadoque e Abiatar, sacerdotes;
\v 26 E Ira jairita foi um chefe oficial de Davi.
\s5
\c 21
\v 1 E nos dias de Davi houve fome por três anos consecutivos. E Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: É por Saul, e por aquela casa de sangue; porque matou aos gibeonitas.
\s5
\v 2 Então o rei chamou aos gibeonitas, e falou-lhes. (Os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas sim do resto dos amorreus, aos quais os filhos de Israel fizeram juramento; mas Saul havia procurado matá-los com motivo de zelo pelos filhos de Israel e de Judá).
\v 3 Disse, pois Davi aos gibeonitas: Que vos farei, e com que expiarei para que abençoeis à herança do SENHOR?
\s5
\v 4 E os gibeonitas lhe responderam: Não temos nós queixa sobre prata nem sobre ouro com Saul, e com sua casa: nem queremos que morra homem de Israel. E ele lhes disse: O que vós disserdes vos farei.
\s5
\v 5 E eles responderam ao rei: Daquele homem que nos destruiu, e que tramou contra nós, para nos exterminar sem deixar nada de nós em todo aquele termo de Israel;
\v 6 Deem-se a nós sete homens de seus filhos, para que os enforquemos ao SENHOR em Gibeá de Saul, o escolhido do SENHOR. E o rei disse: Eu os darei.
\s5
\v 7 E perdoou o rei a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, pelo juramento do SENHOR que havia entre eles, entre Davi e Jônatas filho de Saul.
\v 8 Mas tomou o rei dois filhos de Rispa filha de Aiá, os quais ela havia dado à luz de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete; e cinco filhos de Mical filha de Saul, os quais ela havia dado à luz de Adriel, filho de Barzilai meolatita;
\v 9 E entregou-os em mãos dos gibeonitas, e eles os enforcaram no monte diante do SENHOR: e morreram juntos aqueles sete, os quais foram mortos no tempo da colheita, nos primeiros dias, no princípio da colheita das cevadas.
\s5
\v 10 Tomando logo Rispa filha de Aiá um saco, estendeu-o sobre um penhasco, desde o princípio da colheita até que choveu sobre eles água do céu; e não deixou a nenhuma ave do céu assentar-se sobre eles de dia, nem animais do campo de noite.
\v 11 E foi dito a Davi o que fazia Rispa filha de Aiá, concubina de Saul.
\s5
\v 12 Então Davi foi, e tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas seu filho, dos homens de Jabes de Gileade, que os haviam furtado da praça de Bete-Seã, de onde os haviam pendurado os filisteus, quando os filisteus mataram a Saul em Gilboa:
\v 13 E fez levar dali os ossos de Saul e os ossos de Jônatas seu filho; e juntaram também os ossos dos enforcados.
\s5
\v 14 E sepultaram os ossos de Saul e os de seu filho Jônatas em terra de Benjamim, em Selá, no sepulcro de Quis seu pai; e fizeram tudo o que o rei havia mandado. Depois se aplacou Deus com a terra.
\s5
\v 15 E quando os filisteus voltaram a fazer guerra a Israel, desceu Davi e seus servos com ele, e lutaram com os filisteus: e Davi se cansou.
\v 16 Em isto Isbi-Benobe, o qual era dos filhos do gigante, e o peso de cuja lança era de trezentos siclos de bronze, e tinha ele cingida uma nova espada, tratou de ferir a Davi:
\v 17 Mas Abisai filho de Zeruia lhe socorreu, e feriu ao filisteu, e o matou. Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais daqui adiante sairás conosco à batalha, para que não apagues a lâmpada de Israel.
\s5
\v 18 Outra segunda guerra houve depois em Gobe contra os filisteus: então Sibecai husatita feriu a Safe, que era dos filhos do gigante.
\v 19 Outra guerra houve em Gobe contra os filisteus, na qual Elanã, filho de Jaaré-Oregim de Belém, feriu a Golias geteu, a haste de cuja lança era como um lançador de tear.
\s5
\v 20 Depois houve outra guerra em Gate, de onde houve um homem de grande altura, o qual tinha doze dedos nas mãos, e outros doze nos pés, vinte e quatro em todos: e também era dos filhos do gigante.
\v 21 Este desafiou a Israel, e foi morto por Jônatas, filho de Simeia irmão de Davi.
\v 22 Estes quatro lhe haviam nascido ao gigante em Gate, os quais caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.
\s5
\c 22
\v 1 E falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, o dia que o SENHOR o livrou da mão de todos os seus inimigos e da mão de Saul.
\v 2 E disse: O SENHOR é minha rocha, e minha fortaleza, e meu libertador;
\s5
\v 3 Deus de minha rocha, nele confiarei: Meu escudo, e o poder de minha salvação, minha fortaleza, e meu refúgio; Meu salvador, que me livrarás de violência.
\v 4 Invocarei ao SENHOR, digno de ser louvado. E serei salvo de meus inimigos.
\s5
\v 5 Quando me cercaram ondas de morte, E ribeiros de iniquidade me assombraram,
\v 6 As cordas do mundo dos mortos me rodearam, e laços de morte me tomaram desprevenido.
\s5
\v 7 Tive angústia, invoquei ao SENHOR, E clamei a meu Deus: E ele ouviu minha voz desde seu templo; Chegou meu clamor a seus ouvidos.
\s5
\v 8 A terra se moveu, e tremeu; Os fundamentos dos céus foram movidos, E se estremeceram, porque ele se irou.
\v 9 Subiu fumaça de suas narinas, E de sua boca fogo consumidor, Pelo qual se acenderam carvões.
\s5
\v 10 E abaixo os céus, e desceu: Uma escuridão debaixo de seus pés.
\v 11 Subiu sobre o querubim, e voou: Apareceu-se sobre as asas do vento.
\v 12 Armou tendas de escuridão ao redor de si; nuvens negras e espessas, carregadas de águas.
\s5
\v 13 Do resplendor de sua presença Se acenderam brasas ardentes.
\v 14 O SENHOR trovejou desde os céus, E o Altíssimo deu sua voz;
\v 15 Lançou flechas, e desbaratou-os; Relampejou, e consumiu-os.
\s5
\v 16 Então apareceram as profundezas do mar, E os fundamentos do mundo foram descobertos, À repreensão do SENHOR, Ao sopro do vento de seu nariz.
\s5
\v 17 Estendeu sua mão do alto, e arrebatou-me, E tirou-me de copiosas águas.
\v 18 Livrou-me de fortes inimigos, De aqueles que me aborreciam, os quais eram mais fortes que eu.
\s5
\v 19 Atacaram-me no dia de minha calamidade; Mas o SENHOR foi meu apoio.
\v 20 Tirou-me para um lugar amplo; Livrou-me, porque se agradou de mim.
\v 21 Remunerou-me o SENHOR conforme minha justiça: E conforme a limpeza de minhas mãos ele me pagou.
\s5
\v 22 Porque eu guardei os caminhos do SENHOR; E não me apartei impiamente de meu Deus.
\v 23 Porque diante de mim tenho todas suas ordenanças; E atento a seus estatutos, não me retirarei deles.
\s5
\v 24 E fui íntegro para com ele, E guardei-me de minha iniquidade.
\v 25 Remunerou-me, portanto, o SENHOR conforme minha justiça, E conforme minha limpeza diante de seus olhos.
\s5
\v 26 Com o bom és benigno, E com o íntegro te mostras íntegro;
\v 27 Limpo és para com o limpo, Mas com o perverso és rígido.
\s5
\v 28 E tu salvas ao povo humilde; Mas teus olhos sobre os altivos, para abatê-los.
\v 29 Porque tu és minha lâmpada, ó SENHOR; o SENHOR dá luz às minhas trevas.
\s5
\v 30 Pois contigo avançarei contra uma tropa, e com o meu Deus saltarei uma muralha.
\v 31 O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é purificada, é escudo é de todos os que nele confiam.
\s5
\v 32 Porque que Deus há a não ser o SENHOR? Ou quem é forte a não ser nosso Deus?
\v 33 Deus é o que com virtude me corrobora, e o que tira os obstáculos do meu caminho;
\s5
\v 34 O que faz meus pés como de cervas, E o que me assenta em minhas alturas;
\v 35 O que ensina minhas mãos para a luta, e proporciona que com meus braços quebre o arco de bronze.
\s5
\v 36 Tu me deste também o escudo de tua salvação, E tua benignidade me acrescentou.
\v 37 Tu alargaste meus desfiladeiros debaixo de mim, Para que não titubeassem meus joelhos.
\s5
\v 38 Perseguirei a meus inimigos, e os quebrantarei; E não me voltarei até que os acabe.
\v 39 Os consumirei, e os ferirei, e não se levantarão; E cairão debaixo de meus pés.
\s5
\v 40 Cingiste-me de força para a batalha, E fizeste prostrar debaixo de mim os que contra mim se levantaram.
\v 41 Tu me deste o pescoço de meus inimigos, De meus aborrecedores, que eu os destruísse.
\s5
\v 42 Olharam, e não houve quem os livrasse; Ao SENHOR, mas não lhes respondeu.
\v 43 Eu os esmiuçarei como pó da terra; Eu os pisarei como à lama das ruas, e os dissiparei.
\s5
\v 44 Tu me livraste das brigas dos povos; Tu me guardaste para eu que fosse cabeça de nações: Povos que eu não conhecia me serviram.
\v 45 Os estrangeiros se sujeitaram a mim; ao ouvirem, me obedeciam.
\v 46 Os estrangeiros desfaleciam, E tremiam em seus esconderijos.
\s5
\v 47 Viva o SENHOR, e seja bendita minha rocha; Seja exaltado o Deus, a rocha de meu salvamento:
\v 48 O Deus que me vingou, E sujeita os povos debaixo de mim:
\v 49 E que me tira dentre meus inimigos: Tu me tiraste em alto dentre os que se levantaram contra mim: Livraste-me do homem de iniquidades.
\s5
\v 50 Portanto eu te confessarei entre as nações, ó SENHOR, E cantarei a teu nome.
\v 51 Ele que engrandece as saúdes de seu rei, E faz misericórdia a seu ungido, A Davi, e à sua semente, para sempre.
\s5
\c 23
\v 1 Estas são as últimas palavras de Davi. Disse Davi filho de Jessé, Disse aquele homem que foi levantado alto, O ungido do Deus de Jacó, O suave em cânticos de Israel:
\v 2 O espírito do SENHOR falou por mim, E sua palavra foi em minha língua.
\s5
\v 3 O Deus de Israel disse, Falou-me o Forte de Israel: O dominador dos homens será justo. Dominador em temor de Deus.
\v 4 Será como a luz da manhã quando sai o sol, Da manhã sem nuvens; Quando a erva da terra brota Por meio do resplendor depois da chuva.
\s5
\v 5 Não está minha casa com Deus? Pois ele fez comigo um pacto perpétuo, Ordenado em todas as coisas, e será guardado; pois não é dele que brotará toda a minha salvação e todo o meu desejo?
\s5
\v 6 Mas os malignos serão todos eles como espinhos arrancados, os quais ninguém toma com a mão;
\v 7 Em vez disso o que quer tocar neles, Arma-se de ferro e de haste de lança, e são queimados em seu lugar.
\s5
\v 8 Estes são os nomes dos valentes que teve Davi: Josebe-Bassebete, o taquemonita, principal dos capitães: era este Adino o eznita, que matou em uma ocasião sobre oitocentos homens.
\s5
\v 9 Depois deste, Eleazar, filho de Dodô de Aoí, foi dos três valentes que estavam com Davi, quando desafiaram aos filisteus que se haviam juntado ali à batalha, e subiram os de Israel.
\v 10 Este, levantando-se, feriu aos filisteus, até que sua mão se cansou, e ficou grudada em sua espada. Aquele dia o SENHOR fez grande salvação; e voltou-se o povo depois dele somente para tomar o despojo.
\s5
\v 11 Depois deste foi Samá, filho de Agé araíta: que havendo os filisteus se juntado em uma aldeia, havia ali um terreno cheio de lentilhas, e o povo havia fugido diante dos filisteus:
\v 12 Ele então se parou em meio do terreno e defendeu-o, e feriu aos filisteus; e o SENHOR fez uma grande salvação.
\s5
\v 13 E três dos trinta principais desceram e vieram em tempo da colheita a Davi à cova de Adulão: e o acampamento dos filisteus estava no vale de Refaim.
\v 14 Davi então estava na fortaleza, e a guarnição dos filisteus estava em Belém.
\s5
\v 15 E Davi teve desejo, e disse: Quem me dera a beber da água da cisterna de Belém, que está à porta!
\v 16 Então os três valentes irromperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém, que estava à porta; e tomaram, e trouxeram-na a Davi: mas ele não a quis beber, mas derramou-a ao SENHOR, dizendo:
\v 17 Longe seja de mim, ó SENHOR, que eu faça isto. Eis de beber eu o sangue dos homens que foram com perigo de sua vida? E não quis bebê-la. Os três valentes fizeram isto.
\s5
\v 18 E Abisai irmão de Joabe, filho de Zeruia, foi o principal dos três; o qual levantou sua lança contra trezentos, que matou; e teve nome entre os três.
\v 19 Ele era o mais preeminente dos três, e o primeiro deles; mas não chegou aos três primeiros.
\s5
\v 20 Depois, Benaia filho de Joiada, filho de um homem esforçado, grande em feitos, de Cabzeel. Este feriu dois leões de Moabe: e ele mesmo desceu, e feriu um leão em meio de um fosso no tempo da neve:
\v 21 Também feriu ele a um egípcio, homem de grande estatura; e tinha o egípcio uma lança em sua mão; mas desceu a ele com um cajado, e arrebatou ao egípcio a lança da mão, e o matou com sua própria lança.
\s5
\v 22 Isto fez Benaia filho de Joiada, e teve nome entre os três valentes.
\v 23 Dos trinta foi o mais preeminente; mas não chegou aos três primeiros. E Davi o pôs em seu conselho.
\s5
\v 24 Asael irmão de Joabe foi dos trinta; Elanã filho de Dodô de Belém;
\v 25 Samá harodita, Elica harodita;
\v 26 Heles paltita, Ira, filho de Iques, de Tecoa;
\v 27 Abiezer de Anatote, Mebunai husatita;
\v 28 Zalmom aoíta, Maarai de Netofate;
\s5
\v 29 Helebe filho de Baaná de Netofate, Itai filho de Ribai de Gibeá dos filhos de Benjamim;
\v 30 Benaia piratonita, Hidai do ribeiro de Gaás;
\v 31 Abi-Albom de Arbate, Azmavete barumita;
\v 32 Eleaba de Saalbom, Jônatas dos filhos de Jásen;
\s5
\v 33 Samá de Harar, Aião filho de Sarar de Harar.
\v 34 Elifelete filho de Aasbai filho do maacatita; Eliã filho de Aitofel gilonita;
\v 35 Hezrai do Carmelo, Paarai arbita;
\v 36 Igal filho de Natã de Zobá, Bani gadita;
\s5
\v 37 Zeleque de Amom, Naarai de Beerote, escudeiro de Joabe filho de Zeruia;
\v 38 Ira itrita, Garebe itrita;
\v 39 Urias heteu. Entre todos trinta e sete.
\s5
\c 24
\v 1 E voltou o furor do SENHOR a acender-se contra Israel, e incitou a Davi contra eles a que dissesse: Vai, conta a Israel e a Judá.
\v 2 E disse o rei a Joabe, general do exército que tinha consigo: Rodeia todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e contai o povo, para que eu saiba o número da gente.
\s5
\v 3 E Joabe respondeu ao rei: Acrescente o SENHOR teu Deus ao povo cem vezes tanto quanto são, e que o veja meu senhor ao rei; mas para que quer isto meu senhor o rei?
\v 4 Porém a palavra do rei pôde mais que Joabe, e que os capitães do exército. Saiu, pois, Joabe, com os capitães do exército, de diante do rei, para contar o povo de Israel.
\s5
\v 5 E passando o Jordão assentaram em Aroer, à direita da cidade que está em meio do ribeiro de Gade e junto a Jazer.
\v 6 Depois vieram a Gileade, e à terra baixa de Hodsi: e dali vieram a Dã-Jaã e ao redor de Sídon.
\v 7 E vieram logo à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus; e saíram ao sul de Judá, a Berseba.
\s5
\v 8 E depois que andaram toda a terra, voltaram a Jerusalém ao fim de nove meses e vinte dias.
\v 9 E Joabe deu a conta do número do povo ao rei; e foram os de Israel oitocentos mil homens fortes que tiravam espada; e dos de Judá quinhentos mil homens.
\s5
\v 10 E depois que Davi contou o povo, sentiu-se atormentado em seu coração; e disse Davi ao SENHOR: Eu pequei gravemente por haver feito isto; mas agora, ó SENHOR, rogo-te que tires o pecado de teu servo, porque eu agi muito loucamente.
\s5
\v 11 E pela manhã, quando Davi se levantou, veio a palavra do SENHOR a Gade profeta, vidente de Davi, dizendo:
\v 12 Vai, e dize a Davi: Assim disse o SENHOR: Três coisas te ofereço: tu te escolherás uma delas, a qual eu faça.
\s5
\v 13 Veio, pois, Gade a Davi, e notificou-lhe, e disse-lhe: Queres que te venham sete anos de fome em tua terra? Ou que fujas três meses diante de teus inimigos, e que eles te persigam? Ou que três dias haja pestilência em tua terra? Pensa agora, e olha o que responderei ao que me enviou.
\v 14 Então Davi disse a Gade: Em grande angústia estou: rogo que caia na mão do SENHOR, porque suas misericórdias são muitas, e que não caia eu em mãos de homens.
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\v 15 E enviou o SENHOR pestilência a Israel desde a manhã até o tempo assinalado: e morreram do povo, desde Dã até Berseba, setenta mil homens.
\v 16 E quando o anjo estendeu sua mão sobre Jerusalém para destruí-la, o SENHOR se arrependeu daquele mal, e disse ao anjo que destruía o povo: Basta agora; detém tua mão. Então o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna jebuseu.
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\v 17 E Davi disse ao SENHOR, quando viu ao anjo que feria ao povo: Eu pequei, eu fiz a maldade: que fizeram estas ovelhas? Rogo-te que tua mão se torne contra mim, e contra a casa de meu pai.
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\v 18 E Gade veio a Davi aquele dia, e disse-lhe: Sobe, e faze um altar ao SENHOR na era de Araúna jebuseu.
\v 19 E subiu Davi, conforme ao dito de Gade, que o SENHOR lhe havia mandado.
\v 20 E olhando Araúna, viu ao rei e a seus servos que passavam a ele. Saindo então Araúna, inclinou-se diante do rei até terra.
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\v 21 E Araúna disse: Por que vem meu senhor o rei a seu servo? E Davi respondeu: Para comprar de ti a eira, para edificar altar ao SENHOR, a fim de que a mortandade cesse do povo.
\v 22 E Araúna disse a Davi: Tome e sacrifique meu senhor o rei o que bem lhe parecer; eis aqui bois para o holocausto; e trilhos e outros equipamentos de bois para lenha:
\v 23 Tudo isto, ó rei, Araúna dá ao rei. Logo disse Araúna ao rei: o SENHOR teu Deus se agrade de ti.
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\v 24 E o rei disse a Araúna: Não, mas por preço o comprarei de ti; porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos gastando nada. Então Davi comprou a eira e os bois por cinquenta siclos de prata.
\v 25 E ali Davi edificou um altar ao SENHOR, e sacrificou holocaustos e ofertas pacíficas; e o SENHOR se aplacou com a terra, e cessou a praga de Israel.